Ryuchi Sakamoto é um afamado músico japonês que emergiu nos anos 80 como um dos mais inventivos compositores, tendo participado em diversas bandas sonoras e editado vários registos em disco. Este Moto.Tronic é um apanhado da sua carreira, recolhendo temas dos seus discos mais bem sucedidos.
O trabalho de Sakamoto é comummente associado ao rompimento de fronteiras musicais, à fusão de géneros e culturas musicais. Se é verdade que o seu percurso inclui abordagens à pop japonesa, à clássica, à música experimental, às bandas sonoras e à world music, o díficil é mesmo encontrar um linha de rumo que persista no seu trabalho, que sobrevenha do confronto de estilos vários; esse problema é vício básico deste registo. Juntar no mesmo disco composições de estilos tão radicalmente díspares, além de confundir o ouvinte, baralha o exacto engenho de Sakamoto. Na abertura do disco, ao pop de "Forbidden Colours", seguem-se um instrumental de piano, uma incursão pela música brasileira e um tema da banda sonora de O Último Imperador. Esta irritante propensão para a mistura repete-se ao longo do disco e, se não desvirtua o valor individual das peças do alinhamento, compõe um registo ambíguo, dividido e, consequentemente, confuso.
Moto.Tronic, sendo uma espécie de antologia, não faz justiça ao talento de Sakamoto e é um testemunho desordenado da profícua carreira do músico japonês.
1 comentário:
Concordo que a colectanea seja curta e mal amanhada mas, bolas, é o Sakamoto!... E o dvd bonus também vale uns pontos extra...
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