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Baseado na biografia dramática da prostituta Aileen Wuornos, uma das primeiras mulheres serial killers dos EUA, este Monstro é uma fita intensa, uma meditação aguda sobre os abusos físicos, a violência, o sofrimento. É também, em jeito subliminar, um toque ao reunir de consciências sobre a legitimidade da pena de morte.
O argumento invade a mente da homicida, conta-nos a sua história na primeira pessoa e, sem aligeirar culpas pelos delitos, exibe a desumanização na génese de uma assassina cruel.
Aileen Wuornos teve uma infância marcada pelos abusos e pela droga. Começou a prostituir-se aos treze anos. O enredo do filme centra-se no período de nove meses em que Aileen manteve uma relação lésbica com uma jovem.
A interpretação de Charlize Theron é do melhor que se viu na história da sétima arte (Óscar justíssimo!), bem secundada por Christina Ricci. A realização é de bom nível, suportada por um argumento hábil.
Monstro é uma reflexão sobre a frágil natureza da humanidade. E essa debilidade, mostrada aqui com uma aparente desfaçatez, deixa-nos atordoados. O mundo real, às vezes, é assim...
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