Falar de Bill Evans é discursar sobre um dos nomes mais importantes do jazz. Neste registo de 1961, ainda na companhia do seu lendário trio, formado com Scott LaFaro (baixo) e Paul Motian (bateria), gravado na mítica Village Vanguard, o músico percorre alguns standards, numa arquitectura harmónica muito equilibrada, na construção sólida de diversos fragmentos melódicos, apresentados em simultâneo, ao ouvido do auditor. Do alinhamento do trabalho fazem parte alguns clássicos, refinados pelo talento de Evans, tais como "My Foolish Heart" (Washington/Young), "Milestones" (Miles Davis), "Detour Ahead" (Carter/Ellis/Frigo) e "Porgy" (George Gershwin).
O som ambiente de pub é notório, condimentando o disco com o ingrediente perfeito para fazer dele um oportuno testemunho do talento ao vivo do trio. Bill Evans marcou (e continua a marcar) o jazz pela profundidade dos seus temas, ao invés do virtuosismo, e compôs algumas das mais lembradas obras em piano, neste género musical. A experiência de Waltz For Debby é fascinante, mostrando composições elaboradas e calmas, óptimas para ouvir em dias de chuva. O som de Evans é cristalino, as notas do seu piano parecem gotas de chuva tocando o leito de um rio; depois há LaFaro, provavelmente o melhor baixista da sua geração, e Motian, discreto e competente, como sempre. Trata-se de um registo recomendável, depois de Sunday At The Village Vanguard, mesmo para quem não é apreciador de jazz.
1 comentário:
7/10??? 10/10! Ou no mínimo 9/10, se nos quisermos armar em esquisitos...
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