Apreciação final: 8/10
Edição: Abril 2004
Género: Indie Rock
Edição: Abril 2004
Género: Indie Rock
Já todos escreveram e falaram sobre os escoceses Franz Ferdinand. Poucos se recordarão do EP Darts Of Pleasure, o primeiro impulso do que havia de tornar-se um dos mais engenhosos projectos musicais do ano transacto e que incluía o single "Take Me Out", granjeador de honras fora do comum no airplay das rádios, um pouco por todo o planeta, catapultando os Franz Ferdinand para o estrelato, bem além daquilo que a própria banda teria alguma vez sonhado. E a que se deve este brusco sucesso de grande escala? Em primeiro lugar, à habilidade quase hedonista dos Franz Ferdinand, perfeitamente audível no disco: o álbum é exactamente aquilo que o grupo queria, com um estilo e energia contagiantes, indiferente aos espartilhos do "parece bem" e à prudência do "deve ser assim". Este é o som deles, de mais ninguém, pode ser teatral, extravagante, alvoroçado, até um pouco volátil, mas é único.
Franz Ferdinand é um desfile de composições com deliciosos tiques revivalistas, a lembrar os tempos oleosos da brilhantina, das camisas de popelina e do sapatinho polido, captando essa atmosfera, colorindo-a com cores recentes em borrifos de urbanidade contemporânea. As canções são versáteis como actos de fruição sem impurezas, devidamente joeirados para se livrarem das contaminações do mainstream e mostrarem a alma e o coração aberto dos Franz Ferdinand. Quase se pode palpar a honestidade desta oferenda que vibra nos tímpanos de jeito atordoante, mas nos subjuga implacavelmente, por força da sedução viciante da música retro e da libertinagem dos contextos líricos. Dificil mesmo é não gostar de Franz Ferdinand, mais árduo ainda é não reputar este registo como um dos melhores de 2004.
Posto de escutaBarnes & Noble
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