Desde os primeiros acordes de The Sun and the Moon se percebe que, em sentido contrário àquele que foi seguido por muitos dos seus parceiros na geração recente do rock que baquearam redondamente no ensaio de "maturação" do segundo disco, os The Bravery não precipitam o crescimento da sua música. Ao invés de ensaiarem a cisão radical com o passado recente e assim se exporem ao desnecessário risco de esbanjar o capital de confiança granjeado após o disco de estreia, os nova-iorquinos optaram pela via mais segura e inteligente: evoluir paulatinamente, aproveitando as matérias essenciais da estética dance-rock mas dando-lhes uma arrumação mais orgânica e, ao mesmo tempo, acomodando as cadências apressadas do debute a um discurso mais consentâneo com os cânones do rock século XXI (leia-se Strokes, Franz Ferdinand, Jet, Modest Mouse), sem omitir luminárias de outros tempos (The Cure, Beatles, Duran Duran). Todavia, essa vantagem orgânica, se afasta as composições da banalidade ouvida antes e proporciona a criação de alguns momentos inspirados e amigos do tímpano, não chega para encobrir as subliminares insuficiências da escrita e, sobretudo, a "natural" indefinição estética de uma banda que, insistindo nos postulados criativos que presidiram à sua génese, se encontra agora retida no limbo entre a íntima canção acústica de quarto e o hino pujante de rock de arena. Saúda-se a opção, esperam-se novos capítulos...
segunda-feira, 28 de maio de 2007
The Bravery - The Sun and the Moon
Desde os primeiros acordes de The Sun and the Moon se percebe que, em sentido contrário àquele que foi seguido por muitos dos seus parceiros na geração recente do rock que baquearam redondamente no ensaio de "maturação" do segundo disco, os The Bravery não precipitam o crescimento da sua música. Ao invés de ensaiarem a cisão radical com o passado recente e assim se exporem ao desnecessário risco de esbanjar o capital de confiança granjeado após o disco de estreia, os nova-iorquinos optaram pela via mais segura e inteligente: evoluir paulatinamente, aproveitando as matérias essenciais da estética dance-rock mas dando-lhes uma arrumação mais orgânica e, ao mesmo tempo, acomodando as cadências apressadas do debute a um discurso mais consentâneo com os cânones do rock século XXI (leia-se Strokes, Franz Ferdinand, Jet, Modest Mouse), sem omitir luminárias de outros tempos (The Cure, Beatles, Duran Duran). Todavia, essa vantagem orgânica, se afasta as composições da banalidade ouvida antes e proporciona a criação de alguns momentos inspirados e amigos do tímpano, não chega para encobrir as subliminares insuficiências da escrita e, sobretudo, a "natural" indefinição estética de uma banda que, insistindo nos postulados criativos que presidiram à sua génese, se encontra agora retida no limbo entre a íntima canção acústica de quarto e o hino pujante de rock de arena. Saúda-se a opção, esperam-se novos capítulos...
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