Após cerca de oito anos de convergências com o selo Ninja Tune, período esparsamente preenchido com um quarteto de álbuns que se fecha com este Ma Fleur, os The Cinematic Orchestra são um dos mais dúcteis conceitos sonoros da editora londrina. Fazendo jus às sugestões cinematográficas do nome de baptismo, o colectivo liderado pelo versátil Jason Swinscoe demonstrou, desde os primeiros passos do seu percurso, uma afinidade quase umbilical com as formas de som afinadas para musicar filmes. Não é que eles sejam propriamente requisitados pela indústria do cinema, antes escolheram essa causa como escola inspiradora (Swinscoe afirmou recente que este álbum é a banda sonora de um filme imaginário...) e, conferindo-lhe uma roupagem muito próxima das órbitas pelo menos na palpitação rítmica) ou das várias ciências electrónicas que delas respiram, solidificaram um traço sonoro próprio. Com estas premissas, os tomos anteriores mostravam vestígios de um colectivo a testar várias substâncias e temperos e esse apuro estético deu ensejo a álbuns com vizinhanças (nem sempre proveitosas) entre o downbeat, o jazz, o pós-rock, o experimentalismo e a música ambiental. Ma Fleur parece o epílogo (talvez não definitivo) dessas deambulações cuja depuração levou o grupo a centrar-se fundamentalmente na escrita, prescindindo de grande parte dos ingredientes especulativos do passado. No geral, o álbum retém (como não podia deixar de ser) as medidas cinematográficas habituais - embora num formato mais minimalista - mas deixa a (afável) impressão de que, mais do que meramente encerrar música de fundo, há aqui lugar para peças com outras riquezas.
domingo, 13 de maio de 2007
The Cinematic Orchestra - Ma Fleur
Após cerca de oito anos de convergências com o selo Ninja Tune, período esparsamente preenchido com um quarteto de álbuns que se fecha com este Ma Fleur, os The Cinematic Orchestra são um dos mais dúcteis conceitos sonoros da editora londrina. Fazendo jus às sugestões cinematográficas do nome de baptismo, o colectivo liderado pelo versátil Jason Swinscoe demonstrou, desde os primeiros passos do seu percurso, uma afinidade quase umbilical com as formas de som afinadas para musicar filmes. Não é que eles sejam propriamente requisitados pela indústria do cinema, antes escolheram essa causa como escola inspiradora (Swinscoe afirmou recente que este álbum é a banda sonora de um filme imaginário...) e, conferindo-lhe uma roupagem muito próxima das órbitas pelo menos na palpitação rítmica) ou das várias ciências electrónicas que delas respiram, solidificaram um traço sonoro próprio. Com estas premissas, os tomos anteriores mostravam vestígios de um colectivo a testar várias substâncias e temperos e esse apuro estético deu ensejo a álbuns com vizinhanças (nem sempre proveitosas) entre o downbeat, o jazz, o pós-rock, o experimentalismo e a música ambiental. Ma Fleur parece o epílogo (talvez não definitivo) dessas deambulações cuja depuração levou o grupo a centrar-se fundamentalmente na escrita, prescindindo de grande parte dos ingredientes especulativos do passado. No geral, o álbum retém (como não podia deixar de ser) as medidas cinematográficas habituais - embora num formato mais minimalista - mas deixa a (afável) impressão de que, mais do que meramente encerrar música de fundo, há aqui lugar para peças com outras riquezas.
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