quarta-feira, 23 de maio de 2007

Ateleia - Formal Sleep

7/10
Xeric
2007
www.ateleia.com



As referências anteriores de James Elliot reportam ao seu envolvimento no colectivo nova-iorquino School of Seven Bells, um projecto radicado num dos mais prolíficos sítios do panorama actual da música americana (Brooklyn, de onde também saíram as Au Revoir Simone, os Clap Your Hads Say Yeah ou os Oneida) e dedicado à especulação das formas independentes da pop em torno do psicadelismo. No conceito Ateleia, a sua assinatura a solo, o referencial estético é substancialmente diferente, apontando a cuidadosas elaborações electrónicas e à construção de paisagens sonoras complexas e de espectro largo (embora tecnicamente reduzidas à "mera" manipulação sintética de sons), no mesmo jeito cerebral, frio, cíclico e magnético a que as forjas do japonês Chihei Hatakeyama ou do austríaco Fennesz nos habituaram. Em insinuações mais distantes, no tempo e na forma, Formal Sleep chega a aludir ao escapismo electrónico que Robert Fripp e Brian Eno, com espantoso efeito profético, dividiram na longínqua década de 70. Não se trata, portanto, de electrónica consensual, tampouco de música de afeição espontânea mas, dando a esta linguagem vanguardista (e acentuadora de planos harmónicos abstrusos) o tempo suficiente para crescer além da sua natureza granulada e dos seus princípios subversivos, certamente se desvendarão pequenas pérolas de futurismo. Escutem-se, a título de exemplo, as magníficas "A Doubtful Shore" e "Bridget Riley".

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