As origens da dupla Dean Wareham e Britta Phillips remontam aos já extintos Luna, projecto que Wareham fundou depois do conflituoso (e intempestivo) encerramento de actividade dos Galaxie 500, volvido um percurso de meia década que se revelaria, a posteriori, um vaticínio para o punhado de bandas da geração seguinte do movimento dream pop. Também integrados nessa corrente, sendo dela um dos ícones mais sólidos e relevantes, os Luna deixaram um legado paradigmático de como se vertem emoções no acto de escrever uma canção, com uma noção irrepreensível de elegância e, sobretudo, com uma crença ferrenha nas aptidões sedutoras do retro. Essas são também as premissas do segundo trabalho de Dean e Britta juntos depois do fim dos Luna e surge na linha do que se ouvira no comovente L'Avventura (2003), repetindo a produção requintadíssima de Toni Visconti, sempre a rebuscar o encanto melódico das composições da dupla. Estruturalmente, a despeito do inconfundível garbo das composições (e das já habituais versões...), o disco desvenda poucas novidades para quem conhece o passado destes senhores, algumas vezes comparados ao par esboçado por Lee Hazlewood (ele sim uma luminária incontornável de Wareham) e a sua diva de sempre, Nancy Sinatra. Salvaguardadas as diferenças, Back Numbers é, na essência, um produto que se afigura como a sequência lógica da criação de dois artífices que, sendo cultores de costumes sonoros de outras épocas, os arrumam no justo preito da modernidade com um gostinho especial a nostalgia.
terça-feira, 8 de maio de 2007
Dean & Britta - Back Numbers
As origens da dupla Dean Wareham e Britta Phillips remontam aos já extintos Luna, projecto que Wareham fundou depois do conflituoso (e intempestivo) encerramento de actividade dos Galaxie 500, volvido um percurso de meia década que se revelaria, a posteriori, um vaticínio para o punhado de bandas da geração seguinte do movimento dream pop. Também integrados nessa corrente, sendo dela um dos ícones mais sólidos e relevantes, os Luna deixaram um legado paradigmático de como se vertem emoções no acto de escrever uma canção, com uma noção irrepreensível de elegância e, sobretudo, com uma crença ferrenha nas aptidões sedutoras do retro. Essas são também as premissas do segundo trabalho de Dean e Britta juntos depois do fim dos Luna e surge na linha do que se ouvira no comovente L'Avventura (2003), repetindo a produção requintadíssima de Toni Visconti, sempre a rebuscar o encanto melódico das composições da dupla. Estruturalmente, a despeito do inconfundível garbo das composições (e das já habituais versões...), o disco desvenda poucas novidades para quem conhece o passado destes senhores, algumas vezes comparados ao par esboçado por Lee Hazlewood (ele sim uma luminária incontornável de Wareham) e a sua diva de sempre, Nancy Sinatra. Salvaguardadas as diferenças, Back Numbers é, na essência, um produto que se afigura como a sequência lógica da criação de dois artífices que, sendo cultores de costumes sonoros de outras épocas, os arrumam no justo preito da modernidade com um gostinho especial a nostalgia.
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