Apreciação final: 8/10
Edição: Righteous Babe, Fevereiro 2005
Género: Cantautor/Indie Pop-Rock
Edição: Righteous Babe, Fevereiro 2005
Género: Cantautor/Indie Pop-Rock
Andrew Bird era originalmente um violinista. Dessa formação clássica derivam alguns vectores essenciais da escrita do cantautor de Chicago: a orgânica, a sofisticação, algum maneirismo e uma refinada consciência de melodia. Se os quatro registos anteriores do autor são a prova evidente da versatilidade camaleónica que empresta à composição, nela infundindo um leque lato de inspirações e um toque pessoal único. Neste registo, provavelmente o mais ambicioso da carreira do compositor, a música é delicada, serena e evoluída. O tecido orgânico deste álbum é fiado com uma súbtil captação de sentimento, desafiando o auditor a resistir ao magnetismo invencível das canções. A vivacidade tímida das composições marca pontos do princípio ao termo do disco, confirmando Bird como autor de eleição, um polímato entre Buckley, M. Ward, Banhart e Wainwright.
A composição e as intrumentalizações são soberbas, sobrepujando conceitos e fronteiras e compondo um título rico, assumidamente ecléctico e deliciosamente melancólico. Depois, da aparente complexidade sónica ressalta uma integridade marcante, onde os instrumentos, a voz, a letra são fracções cujo sentido maior reside na junção. O desfecho é um disco absorvente, uma obra simples que cresceu das suas fundações e se tornou um pomposo caleidoscópio de sons diferentes. O segredo de Bird desmonta-se pouco a pouco, o ouvinte é encantado (também surpreendido) a cada instante. Andrew Bird & The Mysterious Production Of Eggs é um dos momentos altos do ano.
2 comentários:
Grande disco, sim senhor.
Excelente texto crítico.
Os meus parabéns pelo blog
Descobri hoje este blog... por isso o post em tardio...
vi-o ao vivo em Famalicão e achei-o brilhante! é viciante
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