quarta-feira, 2 de março de 2005

Jorge Cruz - Sede

Apreciação final: 6/10
Edição: EMI, Outubro 2004
Género: Pop-Rock



Depois de ter dado a voz aos Superego e ao projecto O Pequeno Aquiles, Jorge Cruz avançou para um disco a solo. "Sede" é um tomo de composições de bom nível, com presença dominante da guitarra acústica, em ritmos lentos de um pesaroso chorar. Jorge Cruz é um baladeiro que se aventura noutros substratos com denominador comum: a solidão e a misantropia. O compositor subscreve uma aliança universal (blues, jazz e fado andam por aqui...) de amores perdidos, em auto-indulgência da sede de amor. O registo é íntimo como um livro aberto em que a voz elástica de Cruz (a dicção não faz lembrar Viviane dos Entre Aspas?) espalha honestidade e expõe fragmentos de uma existência que, afinal, é nossa também.

Um segredo bem guardado da música nacional, Jorge Cruz é um sério pretendente ao escol do património sónico nacional, assim seja capaz de injectar na escrita o fluido vivo que há-de saciar-lhe a sede.

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