Previamente dado a conhecer ao mundo sob o epíteto Manitoba - designação de que teve de prescindir, com dois álbuns editados, depois de algumas querelas forenses à volta do pseudónimo artístico do cabecilha dos Dictators - o canadiano Dan Snaith rebaptizou, em 2004, o seu conceito musical, socorrendo-se do título de uma canção célebre dos Pixies. Rapidamente sacralizado junto do escol crítico (não tanto nas massas populares...), sobretudo depois da edição de Up in Flames (2003), segundo opus onde revelou traços essenciais de um som com afinidades jazz (ou derivações Motown?) e com queda para as electrónicas sonhadoras, bem ao jeito daquilo a que as convenções costumam chamar dream pop psicadélico, Snaith é, hoje, figura de proa da música canadiana. Cultor das melodias como esteios estruturais de qualquer esquema compositivo, é nelas que Snaith deposita a subsistência das canções deste disco. Seguindo o rasto do antecessor (The Milk of Human Kindness, de 2005), Andorra é uma confiante sinfonia de tons pop, recordando os ornamentos exuberantes de alguns dos artesanatos sonoros dos 60's ou dos tricotados krautrock dos 70's, algo bem distante das electrónicas introvertidas e irresolutas do início de carreira. Ao mesmo tempo, para além de despontar um notório acréscimo de confiança nas capacidades vocais, revela-se, por detrás de extravagantes texturas que combinam instrumentos reais e feitiçarias sintéticas, uma escrita segura nas suas fantasias, contagiante e rítmica, pejada de cores e multiforme. A mistura pode nem sempre sair bem apurada, resvalando aqui e ali para um certo enfado e inconsequência (pormenores particularmente penalizadores da coda "Niobe") que a excelência da produção e o bom senso de atalhar o disco nos nove trechos não escondem. Ainda assim, não falta em Andorra matéria para uns quantos deslumbramentos...
sábado, 25 de agosto de 2007
Caribou - Andorra
Previamente dado a conhecer ao mundo sob o epíteto Manitoba - designação de que teve de prescindir, com dois álbuns editados, depois de algumas querelas forenses à volta do pseudónimo artístico do cabecilha dos Dictators - o canadiano Dan Snaith rebaptizou, em 2004, o seu conceito musical, socorrendo-se do título de uma canção célebre dos Pixies. Rapidamente sacralizado junto do escol crítico (não tanto nas massas populares...), sobretudo depois da edição de Up in Flames (2003), segundo opus onde revelou traços essenciais de um som com afinidades jazz (ou derivações Motown?) e com queda para as electrónicas sonhadoras, bem ao jeito daquilo a que as convenções costumam chamar dream pop psicadélico, Snaith é, hoje, figura de proa da música canadiana. Cultor das melodias como esteios estruturais de qualquer esquema compositivo, é nelas que Snaith deposita a subsistência das canções deste disco. Seguindo o rasto do antecessor (The Milk of Human Kindness, de 2005), Andorra é uma confiante sinfonia de tons pop, recordando os ornamentos exuberantes de alguns dos artesanatos sonoros dos 60's ou dos tricotados krautrock dos 70's, algo bem distante das electrónicas introvertidas e irresolutas do início de carreira. Ao mesmo tempo, para além de despontar um notório acréscimo de confiança nas capacidades vocais, revela-se, por detrás de extravagantes texturas que combinam instrumentos reais e feitiçarias sintéticas, uma escrita segura nas suas fantasias, contagiante e rítmica, pejada de cores e multiforme. A mistura pode nem sempre sair bem apurada, resvalando aqui e ali para um certo enfado e inconsequência (pormenores particularmente penalizadores da coda "Niobe") que a excelência da produção e o bom senso de atalhar o disco nos nove trechos não escondem. Ainda assim, não falta em Andorra matéria para uns quantos deslumbramentos...
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