Não obstante o facto de o seu nome estar ligado a alguns dos epicentros marcantes da electrónica europeia dos últimos trinta anos (mormente os injustamente subvalorizados Palais Schaumburg), o suiço Thomas Fehlmann apenas despontou para o mediatismo com o projecto The Orb, já na década de 90. Foi aí que, ao lado de gente como Alex Paterson, assinou trabalhos pioneiros na área do house medido para ambientes after-party. Na substância, o conceito produziu um punhado de álbuns dados a descobrir virtudes atmosféricas na música dançável, baixando-lhes o ritmo, introduzindo-lhes estruturas rítmicas próximas do dub e adicionando-lhes ensinamentos importados dos universos escapistas de Brian Eno. Honigpumpe (traduz-se "bomba de mel") completa uma tríade de álbuns a solo do produtor helvético e retoma as causas dos Orb. É um disco magnetizante na forma como desenha atmosferas com uma curiosa tensão melódica entre a volatilidade dos ambientes e a densidade dos pedaços mais dançáveis. Essa ambivalência estética, aqui sopesada com um equilíbrio notável (créditos à produção!), é o garante da fluidez de um disco que, lançando mão de camadas repetitivas de som (a lógica 4/4 é a regra), não chega a soar iterativo. E, afinal, Fehlmann mostra-nos, com a sapiência de um mestre sabido, que é entre a evocação nostálgica de paisagens sonoras e o nervo hipnótico da dança que se acham alguns dos lugares mais estimulantes da música electrónica.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Thomas Fehlmann - Honigpumpe
Não obstante o facto de o seu nome estar ligado a alguns dos epicentros marcantes da electrónica europeia dos últimos trinta anos (mormente os injustamente subvalorizados Palais Schaumburg), o suiço Thomas Fehlmann apenas despontou para o mediatismo com o projecto The Orb, já na década de 90. Foi aí que, ao lado de gente como Alex Paterson, assinou trabalhos pioneiros na área do house medido para ambientes after-party. Na substância, o conceito produziu um punhado de álbuns dados a descobrir virtudes atmosféricas na música dançável, baixando-lhes o ritmo, introduzindo-lhes estruturas rítmicas próximas do dub e adicionando-lhes ensinamentos importados dos universos escapistas de Brian Eno. Honigpumpe (traduz-se "bomba de mel") completa uma tríade de álbuns a solo do produtor helvético e retoma as causas dos Orb. É um disco magnetizante na forma como desenha atmosferas com uma curiosa tensão melódica entre a volatilidade dos ambientes e a densidade dos pedaços mais dançáveis. Essa ambivalência estética, aqui sopesada com um equilíbrio notável (créditos à produção!), é o garante da fluidez de um disco que, lançando mão de camadas repetitivas de som (a lógica 4/4 é a regra), não chega a soar iterativo. E, afinal, Fehlmann mostra-nos, com a sapiência de um mestre sabido, que é entre a evocação nostálgica de paisagens sonoras e o nervo hipnótico da dança que se acham alguns dos lugares mais estimulantes da música electrónica.
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