Embora mantendo uma cadência regular de edições discográficas com versatilidade suficiente para lhe garantir a filiação nos mais diversos ramos da música de cariz electrónico e experimental (e não só), o DJ, produtor e compositor britânico Matthew Herbert - que também assina com alter-egos como Radio Boy, Transformer, Doctor Rockit ou Wishmountain - revela em Score uma faceta menos divulgada do seu trabalho. No fundo, a edição contempla uma safra de dezassete composições especialmente preparadas para a sétima arte, ao longo de uma década de paralelismos com a indústria cinematográfica independente. A escuta desta compilação apanha desprevenidos os melómanos mais identificados com o habitual registo de house (des)construtiva e microscópica de Herbert, tal a disparidade dos universos aqui invocados. Ao invés das habilidades com o sampler e a máquina de beats, a proposta assenta num desfile de canções mais "convencionais", com a projecção espacial e amplitude próprias de música para filmes. Nesse sentido, algumas das peças abeiram-se de registo pastiche do som big band do orquestral Goodbye Swingtime, de 2003, mas sem presenças vocais. Necessariamente menos monolítico do que um disco pensado integralmente no mesmo espaço temporal, o tomo merece uma escuta que, não sendo irresistivelmente sedutora para os admiradores do som habitual de Herbert, cuidará de melhor divulgar outros vectores da sua verve. Coisa para curiosos, portanto.
Posto de escuta e-Card do disco
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