Ao terceiro disco das manas Casady, não é já surpresa que a música delas nos reporte para o recente orbe sonoro da weird folk, novel movimento da música americana consagrado a sons amigos da exploração e do experimentalismo e que, bebendo das correntes decanas da folk, as (re)formatam com a modernidade do ruído e de vocalizações e instrumentalizações menos comuns. Nesse particular, Bianca e Sierra têm sido reconhecidas como protagonistas importantes dessa evolução desde a improvável popularidade da "impolidez" acústica de La Maison de Mon Rêve (2004), álbum de estreia onde mostravam uma oportuníssima combinação entre o intimismo da dream pop reduzida à essência minimalista e a construção de ambientes de puerilidade amadurecida (essa aparente antítese é encómio recorrente de Björk), com contrastes emocionais algures entre o sonho de criança e o plácido voyeurismo sexual. No todo, The Adventures of Ghosthorse and Stillborn supre as insuficiências da escrita do laboratorial Noah's Ark, afirmando-se como sequência lógica do crescimento de ideias que aí se adivinhava e abrindo-se, sem beliscar minimamente as substâncias nucleares do conceito, a um namoro antigo da dupla: o hip-hop. A congruência dessa fusão (nem sempre declarada abertamente nas faixas), é, de resto, um precioso indutor da coesão do disco e razão extra para (re)descobrir o universo de ilusão das Casady.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
CocoRosie - The Adventures of Ghosthorse and Stillborn
Ao terceiro disco das manas Casady, não é já surpresa que a música delas nos reporte para o recente orbe sonoro da weird folk, novel movimento da música americana consagrado a sons amigos da exploração e do experimentalismo e que, bebendo das correntes decanas da folk, as (re)formatam com a modernidade do ruído e de vocalizações e instrumentalizações menos comuns. Nesse particular, Bianca e Sierra têm sido reconhecidas como protagonistas importantes dessa evolução desde a improvável popularidade da "impolidez" acústica de La Maison de Mon Rêve (2004), álbum de estreia onde mostravam uma oportuníssima combinação entre o intimismo da dream pop reduzida à essência minimalista e a construção de ambientes de puerilidade amadurecida (essa aparente antítese é encómio recorrente de Björk), com contrastes emocionais algures entre o sonho de criança e o plácido voyeurismo sexual. No todo, The Adventures of Ghosthorse and Stillborn supre as insuficiências da escrita do laboratorial Noah's Ark, afirmando-se como sequência lógica do crescimento de ideias que aí se adivinhava e abrindo-se, sem beliscar minimamente as substâncias nucleares do conceito, a um namoro antigo da dupla: o hip-hop. A congruência dessa fusão (nem sempre declarada abertamente nas faixas), é, de resto, um precioso indutor da coesão do disco e razão extra para (re)descobrir o universo de ilusão das Casady.
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