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Embora sendo reconhecidos essencialmente por uma franja periférica das comunidades melómanas, eles levam já catorze anos no activo (não parece, pois não?) e esse tempo foi o bastante para porem de pé um sólido catálogo de canções e, sobretudo, firmarem um traço inconfundível na forma como elevam a melancolia a estados etéreos. Foi com o soberbo Things We Lost in the Fire (2001) - injustamente ignorado por muitos mortais - que definitivamente se tornaram figuras de proa do movimento a que as convenções chamaram slowcore. Desenganem-se aqueles que procuram neste Drums and Guns um sucessor semelhante ao anterior The Great Destroyer. Com efeito, o novo opus colhe diversas referências estruturais das órbitas pós-rock (coisa mais ou menos recorrente no percurso da banda) mas fá-lo com um sentido minimalista distinto das instrumentalizações luminosas do antecessor e, consequentemente, aponta a um espaço emocional mais negro, fragmentado e fatalista, de resto o habitat natural dos melhores momentos da banda. E Drums and Guns é robustíssimo manifesto das aptidões dos Low, levitando em terna melancolia, como só eles a sabem escrever.
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