O andamento new rave é uma das modas do ano no Reino Unido. Depois dos Klaxons se terem apresentado ao mundo como figuras de proa dessa vaga de sons, reunindo o histórico das propensões recentes (e não tão recentes, afinal o punk também mora aqui...) do rock britânico e um curioso flirt com as ondas dançantes dos 80's ou com qualquer outra colagem descomprometida da electrónica, nada mais natural do que a chegada de outros filiados da mesma corrente criativa. Os escoceses Shitdisco são os senhores que se seguem e, abrigados na pretensa "novidade" energética do new rave - vistas bem as coisas, o formato é apenas uma derivação fogosa da matriz dance-punk - apostam na construção de peças ligeiras, portanto sem sombra de pretensiosismos desnecessários, e cuja valência mais explícita (e argumento identitário) é o contágio imediato das composições. Esteticamente coerentes e bem estruturadas na sua simplicidade (não confundir com escassez de recursos), as canções evitam inteligentemente os clichés e, mais do que isso, à custa de refrões e linhas melódicas impacientes e delirantes (nisso eles vão mais longe do que os Klaxons e abeiram-se dos conterrâneos Franz Ferdinand), espicaçam o mais pudico dos corpos, expondo-o ao desleixado deslumbramento de Kingdom of Fear. Efeito secundário inescapável: agitação dos ossos numa qualquer pista de dança.
sexta-feira, 13 de abril de 2007
Shitdisco - Kingdom of Fear
O andamento new rave é uma das modas do ano no Reino Unido. Depois dos Klaxons se terem apresentado ao mundo como figuras de proa dessa vaga de sons, reunindo o histórico das propensões recentes (e não tão recentes, afinal o punk também mora aqui...) do rock britânico e um curioso flirt com as ondas dançantes dos 80's ou com qualquer outra colagem descomprometida da electrónica, nada mais natural do que a chegada de outros filiados da mesma corrente criativa. Os escoceses Shitdisco são os senhores que se seguem e, abrigados na pretensa "novidade" energética do new rave - vistas bem as coisas, o formato é apenas uma derivação fogosa da matriz dance-punk - apostam na construção de peças ligeiras, portanto sem sombra de pretensiosismos desnecessários, e cuja valência mais explícita (e argumento identitário) é o contágio imediato das composições. Esteticamente coerentes e bem estruturadas na sua simplicidade (não confundir com escassez de recursos), as canções evitam inteligentemente os clichés e, mais do que isso, à custa de refrões e linhas melódicas impacientes e delirantes (nisso eles vão mais longe do que os Klaxons e abeiram-se dos conterrâneos Franz Ferdinand), espicaçam o mais pudico dos corpos, expondo-o ao desleixado deslumbramento de Kingdom of Fear. Efeito secundário inescapável: agitação dos ossos numa qualquer pista de dança.
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