Trazido para o mediatismo mais expressivo no ano transacto, por ocasião do lançamento de remixes pontuais de Depeche Mode e pelo 12" Lichten/Walden, o germânico Hendrik Weber apresenta agora o seu segundo trabalho sob o pseudónimo Pantha du Prince. A órbita sonora de This Bliss não diverge substancialmente das referências anteriores do músico, mantendo o investimento em formas minimalistas da música techno e, sobretudo, apostando na sondagem das possibilidades melódicas (e, por derivação em cascata, das multiplicações emocionais) de construções em crescendo. Esse é o denominador estrutural comum do disco, também a sua garantia de integridade formal (não confundir com formulismo), assente numa matriz técnica impregnada de efeitos delay e linhas de baixo sintético, afinal os traços identitários de Weber. Depois, a impressão labiríntica das composições, gloriosamente ambivalente nas valências de causa sedutora e factor de dúvida sistemática, alimenta os jogos emocionais de melodias não lineares, consequentes na incerteza e resolutas a circunscrever-se numa lógica de retorno ao ponto de partida. Enfim, Weber assume-se como especulador de corpo inteiro, cultor de uma ciência espacial e própria (que não deixa, por isso, de ser "emprestada"), num vaso de sons onde cabem, com dosagens imprecisas e repetições, a sci-fi de Brian Eno, as cores electro dos OMD e as substâncias dançantes de Villalobos. Coisa suficiente para animar a curiosidade dos mais pintados.
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Pantha du Prince - This Bliss
Trazido para o mediatismo mais expressivo no ano transacto, por ocasião do lançamento de remixes pontuais de Depeche Mode e pelo 12" Lichten/Walden, o germânico Hendrik Weber apresenta agora o seu segundo trabalho sob o pseudónimo Pantha du Prince. A órbita sonora de This Bliss não diverge substancialmente das referências anteriores do músico, mantendo o investimento em formas minimalistas da música techno e, sobretudo, apostando na sondagem das possibilidades melódicas (e, por derivação em cascata, das multiplicações emocionais) de construções em crescendo. Esse é o denominador estrutural comum do disco, também a sua garantia de integridade formal (não confundir com formulismo), assente numa matriz técnica impregnada de efeitos delay e linhas de baixo sintético, afinal os traços identitários de Weber. Depois, a impressão labiríntica das composições, gloriosamente ambivalente nas valências de causa sedutora e factor de dúvida sistemática, alimenta os jogos emocionais de melodias não lineares, consequentes na incerteza e resolutas a circunscrever-se numa lógica de retorno ao ponto de partida. Enfim, Weber assume-se como especulador de corpo inteiro, cultor de uma ciência espacial e própria (que não deixa, por isso, de ser "emprestada"), num vaso de sons onde cabem, com dosagens imprecisas e repetições, a sci-fi de Brian Eno, as cores electro dos OMD e as substâncias dançantes de Villalobos. Coisa suficiente para animar a curiosidade dos mais pintados.
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