De uma trupe com cerca de duas dúzias de músicos é natural que se espere um som de largo espectro, rico em pormenores e com diversas interferências estéticas. Mesmo no caso dos Polyphonic Spree, onde há uma cabeça pensante (o "maestro" é Tim DeLaughter), a mescla de substâncias promete, senão veja-se: uma dezena de vozes, muitas vezes a recordar o canto erudito de um grupo coral (ou, no contraponto menos "formal" de algumas faixas, a folga de uma cantiga de ocasião num acampamento de amigos), conciliadas com o dinâmico suplemento instrumental próprio de um ensemble numeroso. Mais do que propriamente se render à convincente dose de espiritualidade positiva que se canta de uma ponta à outra deste The Fragile Army (terceiro registo do colectivo), ao jeito de uma curiosa fusão entre o universo do pop-rock sinfónico (leia-se, de formatação Broadway) e os corais religiosos, quem escuta o disco fica também "amarrado" à abundância de detalhes instrumentais que povoam os encadeamentos harmónicos do disco. É aí, de resto, que se encontra o paralelo justo para a exuberância vocal das composições, coisa em que, a espaços, o álbum traz à memória a grandiosidade estética dos canadianos Arcade Fire ou o recato psicadélico dos Flaming Lips, embora nem sempre com a mesma fertilidade. Ainda assim, mesmo sem conter ingredientes substancialmente diferentes daqueles que o grupo serviu antes, esta colecção de canções é, talvez, o passo mais seguro (e mais figurativo) do percurso dos Polyphonic Spree.
segunda-feira, 2 de julho de 2007
The Polyphonic Spree - The Fragile Army
De uma trupe com cerca de duas dúzias de músicos é natural que se espere um som de largo espectro, rico em pormenores e com diversas interferências estéticas. Mesmo no caso dos Polyphonic Spree, onde há uma cabeça pensante (o "maestro" é Tim DeLaughter), a mescla de substâncias promete, senão veja-se: uma dezena de vozes, muitas vezes a recordar o canto erudito de um grupo coral (ou, no contraponto menos "formal" de algumas faixas, a folga de uma cantiga de ocasião num acampamento de amigos), conciliadas com o dinâmico suplemento instrumental próprio de um ensemble numeroso. Mais do que propriamente se render à convincente dose de espiritualidade positiva que se canta de uma ponta à outra deste The Fragile Army (terceiro registo do colectivo), ao jeito de uma curiosa fusão entre o universo do pop-rock sinfónico (leia-se, de formatação Broadway) e os corais religiosos, quem escuta o disco fica também "amarrado" à abundância de detalhes instrumentais que povoam os encadeamentos harmónicos do disco. É aí, de resto, que se encontra o paralelo justo para a exuberância vocal das composições, coisa em que, a espaços, o álbum traz à memória a grandiosidade estética dos canadianos Arcade Fire ou o recato psicadélico dos Flaming Lips, embora nem sempre com a mesma fertilidade. Ainda assim, mesmo sem conter ingredientes substancialmente diferentes daqueles que o grupo serviu antes, esta colecção de canções é, talvez, o passo mais seguro (e mais figurativo) do percurso dos Polyphonic Spree.
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