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De Toumani Diabaté conhece-se a divisa de embaixador magno da música maliana, particularmente na divulgação além-fronteiras dos sons da kora, por hoje um dos mais simbólicos instrumentos de cordas do património africano. Depois do Grammy ao lado do malogrado Ali Farka Touré, em 2005, o maestro está de volta às gravações, agora na companhia do ensemble idealizado por si. Esta Symmetric Orchestra soma cinquenta e dois elementos, entre instrumentos e vozes, e propõe-se redimensionar as sonoridades coloridas do Mali, emprestando-lhes uma outra amplidão sónica que deriva da combinação entre os sons rústicos dos costumes seculares do Mali (as cordas da kora e do ngoni, as percussões do dundun, do djembé e do sabar, as notas do balafon) e esquissos de modernidade de outras orquestrações contemporâneas (baixos, metais e percussões). A coisa produzida nesse enlace é um som riquíssimo, amplo em variáveis, e um passo adiante na demanda exploratória de Diabaté rumo a esse esforço libertário da música africana que ele iniciou há anos, em busca de a resgatar das suas amarras (geográficas ou temporais) fulcrais. Uma genuína avenida de independência. Para o mundo espreitar.
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