sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Carla Bruni - No Promises

7/10
Naïve/EM
2007
www.carlabruni.com



Um ex-supermanequim a aventurar-se no mundo das canções é coisa bastante para instigar os mais fundos partidarismos e preconceitos da massa crítica do fenómeno da música. Foi nesse ambiente de sobranceria generalizada que apareceu Quelq'un m'a dit, em 2003, o debute nestas lides da italiana Carla Bruni. Olhada de soslaio por antecipação, foi a credulidade das canções que firmou, a posteriori, o cunho de uma cantora/compositora hábil no desenho de melodias plácidas, em composições de pop recatada, voz de cicio e bons arranjos. No segundo trabalho, a divergência mais clara vem dos poemas, ao invés do francês do antecessor, este disco acolhe textos de Emily Dickinson, William Butler Yeats, Walter de Maré ou Christina Rosseti (indicados a Bruni pela amiga Marianne Faithful), necessariamente cantados em inglês. Além da conversão ao britanismo na linguagem, também nas texturas de som se nota uma certa metamorfose, notoriamente a chegá-las aos padrões blues americanos - para trás fica o legado da chanson française), de guitarras dialogantes, mas sem beliscar o minimalismo em que melhor assenta a pedra angular destas canções: a voz.

3 comentários:

Anónimo disse...

Curiosamente, até acho que o disco anterior foi demasiado bem recebido pela crítica.
Entendo que algumas pessoas o achem bonitinho, mas, acho que não trazia rigorosamente nada de novo e era chatinho, chatinho, chatinho...
Mas isto, claro, é só a minha opinião e vale o que vale.
Ainda assim, irei ouvir este novo disco. Pode ser que me surpreenda. Nunca se sabe.

unreal

JAP disse...

Já ouvi umas coisinhas do novo disco de Carla e gostei bastante.

M.A. disse...

Excluindo a última parte do comentário, faço minhas as palavras do anónimo