Apreciação final: 8/10
Edição: Absolutely Kosher, Maio 2006
Género: Indie Pop-Rock
Sítio Oficial: www.absolutelykosher.com
Edição: Absolutely Kosher, Maio 2006
Género: Indie Pop-Rock
Sítio Oficial: www.absolutelykosher.com
O projecto Sunset Rubdown é um dos filões paralelos do teclista/voz dos canadianos Wolf Parade, Spencer Krug. Além deste side-project, ele também faz uma perninha nos eléctricos Frog Eyes, mas foi ao serviço dos WP que conquistou notoriedade, especialmente depois do distinto debute, com o justamente aclamado Apologies to Queen Mary (2005). Neste Shut Up I Am Dreaming, a afinidade com a pop artística é uma constante, seja pelo empréstimo das bizarrias dos conterrâneos Arcade Fire, seja pelos vectores oníricos das camadas de som e do variado arsenal instrumental que enche os ambientes do disco. Teclas de famílias diversas, xilofones errantes, guitarras e batidas processadas ajudam à formação de fantasias musicais multicor que, piscando o olho ao balanço de canções para adormecer criancinhas, nunca chegam a soar pueris. Vistas bem as coisas, o conceito Sunset Rubdown é rival dos Wolf Parade porque, além de trazer o mesmo líder criativo, ameaça, no mínimo, equiparar-se-lhe nos predicados. Não bastasse isso e, entre os créditos do disco, se descobre o voluntarismo de produtor de um padrinho de luxo. Isaac Brock (Modest Mouse), nada menos. Meta-se tudo no mesmo cântaro, baralhe-se com o cânone vanguardista de Bowie no final da década de 70, algumas insinuações barrocas e andamentos de danças de câmara ébrias, a luz do teatro de sonhos de Krug e arranjos quase-sinfónicos e eis um vislumbre do novo Sunset Rubdown. Meritórios os balões de ar (leia-se, retoques esmerados) que arredam o tomo do risco de se despenhar nos abismos da hipérbole e entregam esta dezena de eufonias à causa própria.
Shut Up I Am Dreaming faz arte da subtileza. Krug é daqueles artesãos que não armam peças vãs; as suas composições reproduzem fielmente um cosmos de sons matizados e cores garridas, o triunfo das doces torções infantis e preciosismos estilísticos de uma fita de Burton. Real vs. imaginário. Nesse universo dual, Krug sobrevive sem a matilha com quem partilhou os palcos da fama no ano transacto, sem contudo se desatar do peripatetismo dos puzzles da parada de lobos. Mas em Shut Up I Am Dreaming os enigmas de Krug são outros. Afinal, depois de tamanha pândega como a que dispunha Apologies to Queen Mary, era de esperar que o rapaz tirasse um tempo para o descanso. Não façamos barulho, deixemos Krug dormir e sonhar. E sondemos, de mansinho, o seu mundo de fantasias. Porque sonhos como Shut Up I Am Dreaming não acontecem todos os dias.
1 comentário:
olá!
desde já muito obrigado pelo teu coment no meu blog! tambem nao conhecia a teu blog e tambem achei interessante a maneira como abordas cd's etc.
os meus parabens e um grande abraço,
antóniochagas on www.blogdochagas.com
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