segunda-feira, 31 de julho de 2006

Magneta Lane - Dancing With Daggers

Apreciação final: 6/10
Edição: Paper Bag, Abril 2006
Género: Indie Rock/Punk Rock
Sítio Oficial: www.magnetalane.com








Um trio de canadianas que faz um rock com a receita The Pretenders (especialmente na potência vocal) sob efeito de ácidos. A definição pode ser tosca e repete-se na generalidade da imprensa especializada mas faz luz sobre o ideário rock de Lexi Valentine (voz/guitarra), Nadia King (bateria) e French (baixo), em estreia no formato longa-duração. Para esta apresentação às multidões melómanas, as Magneta Lane chamaram a dupla MSTRKRFT (o baixista dos Death From Above 1979, Jesse F. Keeler, e Al-P), servidora da catálise das fusões energéticas do trio. E faísca é coisa que não falta em Dancing With Daggers, ainda que os coriscos saiam refreados em favor das recreações melódicas, fechando o pujante fluido da música em rasgos curtos. A sonda não é o forte das Magneta Lane, elas não querem dar novos mundo ao mundo, ao invés devotam-se ao apuramento de estruturas rock de galope punk e rebeldia q.b. que, não obstante a ligeira moléstia de alguma previsibilidade, recuperam a mítica fórmula do power trio. Com girl power, a fazer lembrar as proverbiais Sleater-Kinney. A voz sobrevive, sem ofegar, mesmo imersa na torrente eléctrica e suja da guitarra; o amparo da bateria é frenético, possante, dá corpo aos floreios harmónicos das composições; o baixo espia e segue, sustém os ímpetos e sorri (em graves contracções), sardónico de si mesmo.

O léxico das Magneta Lane é puro feminismo rock. A provar que elas podem ser tão rock como eles. E esse testemunho nem precisa socorrer-se de clichés nem estereótipos. Brevidade e alma aguçada são predicados que assentam neste trio canadiano e que se arrumam, com encanto, nos momentos altos do disco ("Broken Plates" ou "22") mas que se tornam redundantes noutros trechos. Esse embaraço é particularmente perceptível na segunda metade de Dancing With Daggers. Afinal, um baile com punhais é dança de risco e, à conta do receio em se ferirem, as Magneta Lane não investem na variação, decidem-se antes pela comodidade da aliteração. Ainda assim, o álbum é um simpático ajuntamento de canções rock competentes de uma banda que, tendo assinatura própria, não deixa de parecer-se com uma versão feminina dos Strokes.

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