Apreciação final: 6/10
Edição: Reprise, Abril 2006
Género: Pop-Rock Alternativo/Space Rock/Progressivo
Sítio Oficial: www.thesecretmachines.com
Edição: Reprise, Abril 2006
Género: Pop-Rock Alternativo/Space Rock/Progressivo
Sítio Oficial: www.thesecretmachines.com
Caídos no goto de David Bowie, depois dos flirts do britânico com os Yeah Yeah Yeahs, os Arcade Fire ou TV on the Radio, os texanos Secret Machines dão o corpo às balas no segundo longa-duração. Se Now Here is Nowhere, editado há um par de anos, era um tomo de tirocínio experimental, registando a admiração do grupo pelos andamentos e amplitude do rock progressivo, pelo psicadelismo nas formas e pela busca de ambientes sonoros em espiral, o sucessor é brando. Decididamente mais poupado no arrojo e centrado na precisão dos pormenores, Ten Silver Drops retém na mira a produção de atmosferas sonoras ambiciosas e de sopro inebriante - o magnetismo dos fósseis Pink Floyd e do krautrock é uma constante - e junta-lhes especiarias das tendências hodiernas, mormente nas tentativas (nem sempre bem sucedidas) de colecta do entusiasmo Arcade Fire e/ou da exuberância Flaming Lips. Ainda que eloquentemente urdida e sem defeitos técnicos, a pop escura dos Secret Machines, mais do que parecer uma obra terminada, se afigura um esboço da maturação identitária de um colectivo a tentar expurgar o seu som. Redimidos os excessos criativos do primeiro disco, Ten Silver Drops é, no melhor e no pior, mais rigoroso a condensar a pilha de ideias dos Secret Machines num punhado de canções mais terrenas.
A adrenalina do debute foi-se, a massa energética dissipou-se, a repetição tomou-lhes o posto, confundindo os contornos da música dos texanos. Umas vezes a tocar de leve o brilhantismo (como nos esplêndidos trechos "Daddy's in the Doldrums" e "Faded Lines"), outras na raia do enfado, Ten Silver Drops fica aquém de ser o épico-dos-pequeninos que se propunha ser. E os Secret Machines adiam uma consagração proporcional à mestria técnica que possuem. No fundo, o emaranhado de formatos baralhados na concepção do álbum têm o epílogo esperável: não chega ao entendimento do ouvinte se Ten Silver Drops é progressivo, se é kraut, se é psicadélico, se é electro-rock, se é rock de arena. À cata de convocarem tantas doutrinas, estas oito canções acabam por trazer uma pronúncia esquisita, irrepreensível em termos técnicos, é certo, mas com pouco suco. Acima de tudo, Ten Silver Drops é um alento razoável de sobrevivência de um trio de músicos à procura da emancipação, num universo pop lotado e nada amigo de experiências.
1 comentário:
Uma excelente crítica onde diria só o seguinte se me permitires: não considero 'Ten Silver Drops' repetitivo comparativamente ao álbum anterior. Claro que tem as suas malhas, mas com o (próprio) toque dos Secret Machines. Dos 8 temas do álbum, estão 4 em destaque neste post :) Considero um álbum a reter em 2006.
Abraço
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