Apreciação final: 6/10
Edição: SubPop/Musicactiva, Setembro 2006
Género: Indie Pop-Rock
Sítio Oficial: www.flemisheye.com
Edição: SubPop/Musicactiva, Setembro 2006
Género: Indie Pop-Rock
Sítio Oficial: www.flemisheye.com
A música não é uma prioridade para o canadiano Chad VanGaalen. Operário e amante das artes visuais e da pintura, foi quase fortuita a sua chegada ao orbe das canções. A perseverança de um amigo convenceu-o a dar voz às inúmeras composições instrumentais que, ao longo de cerca de cinco anos, juntou despretensiosamente na intimidade do quarto, sem prever que as voltas do destino as tornariam notícia pública. Daí a ganhar a simpatia da SubPop, bastou a publicação de Infiniheart (2004), pela minúscula Flemish Eye, selo de Calgary (terra natal de VanGaalen). O registo era uma selecção daquelas gravações caseiras e seria re-editado no ano seguinte, no mercado americano, pela SubPop. A sequela está aí, chama-se Skelliconnection e segue símil padrão: as canções aqui combinadas provêm da mesma lavra doméstica do antecessor. Sem que a revelação de Infiniheart tenha sido um feito magno para o mundo indie, embora mostrando um compositor de muito razoável esmero melódico e com uma tendência curiosa para a divagação instrumental, faz-se questão sobre a oportunidade de tão expedito zelo (da SubPop) em repetir a sondagem às gravações casuais de VanGaalen. Por certo, o julgamento de que, por entre dezenas de peças, alguma coisa haveria de valer uma segunda edição, terá conduzido a Sub Pop a um lançamento que, não sendo despiciendo, pouco acrescenta a Infiniheart. Não quer isto dizer que VanGaalen seja um músico estéril, mas, em boa verdade, ainda que a sua música denote um senso estético assinalável, em torno de uma ordem de essências pop, nada cresce além da competente mediania. O que até nem é inesperado de um músico de ocasião, como o próprio não raras vezes manifestou.
Na comparação com Infiniheart, quiçá se deva denunciar o ajuste de uma toada menos uníssona, numa relação de trechos que ganha em atalhar por outros princípios harmónicos, mormente na afinidade (não percebida no antecessor) com a ciência rock e/ou com instrumentalizações menos triviais. Assim se entendem mais pacificamente o desvio de guitarras acres de "Flower Gardens" ou o mimo electrónico de "Red Hot Drops", instante mais feliz do disco. É certo que nem sempre a arte eremita de VanGaalen se aguenta no maneio de tais artefactos, em prejuízo da congruência harmónica do álbum, mas há em Skelliconnection vestígios de um artesão que, ao jeito de um Beck vadio, tem faculdades para inventar vidas para o som. Assim ele largue o lápis de carvão, se torne músico a tempo inteiro e empregue tempo a sublimá-las.
2 comentários:
Bem, que surpresa encontrar esse aPartes! A velocidade com que vc(s) postam é impressionante. São blogs assim que quero ter entre meus links, alguem que goste de música de uma maneira voraz. e o modo como ele é diagramado, beleza.. tenho grande parte dos discos no meu HD, mas nem consigo acompanhar tudo, sobretudo no Grito, que trata de outros assuntos do pop. Este coment grande foi só pra expressar minha surpresa e, logico, admiração por este blog!
Parabens...
Quanto a esse disco, nao ouvi ainda, mas pode ter certeza que estara a caminho em breve. Um abraço e voltarei aqui... ate
Obrigado pelas palavras simpáticas.
Bem-vindo ao apARTES.
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