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O terceiro álbum dos americanos Menomena promete tirar o trio do anonimato. Nos discos anteriores, eles haviam explorado com alguma segurança, ainda que com a impolidez típica de uma coisa nova, uma determinada forma de malabarismo com as programações numa órbita pop pouco óbvia. Na sequela, a fórmula é relativamente semelhante mas o desfecho é mais consequente e é-o porque, primeiro, as diversas texturas instrumentais demonstram uma aderência maior entre si, reforçando a vivacidade sonora do disco e, depois, porque as programações são um recurso menos utilizado. A maturação de princípios também acontece na voz, claramente mais modular, rumo a uma definição harmónica mais consistente e, consequentemente, a composições mais completas. Além disso, mesmo sem reduzir o espírito militante da abstracção, afinal a essência mais atraente dos primeiros registos, a música dos Menomena ganha em Friend and Foe outras dimensões, ou seja, eles descobriram o ânimo melódico certo para a divagação da sonda exploratória do costume. E com ele veio uma fresca e prazenteira rotação psych-pop.
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