terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

Bloc Party - Silent Alarm

Apreciação final: 8/10
Edição: Fevereiro 2005
Género: Indie Rock/Pós-Punk/Revivalista




A sugestão sónica que inspira os Bloc Party parte dos Joy Division ou dos Sonic Youth e aproxima-se dos horizontes musicais dos celebérrimos Franz Ferdinand, que de resto apadrinharam o nascimento deste colectivo britânico. Silent Alarm é o primeiro longa-duração dos Bloc Party e promete tornar-se uma das revelações deste ano. O disco é consideravelmente maduro, especialmente para um quarteto que não há mais de dois anos parecia perdido pelo circuito de bares do Reino Unido, sob o nome de Union. Pois bem, os rapazes mudaram de nome, revitalizaram-se e escreveram um registo de compromisso, criativo e cativante, com uma beleza elástica que seguramente fará dos Bloc Party uma das sensações de 2005.

O talento de composição do grupo saracotea-se nas treze faixas de Silent Alarm lançando declaradamente um desafio ao universo melómano: serão os Bloc Party os senhores que se seguem? A previsão é arriscada mas a versatilidade deste tomo agarra-nos do primeiro ao derradeiro instante. Silent Alarm é a combinação quase imaculada do perfeccionismo artesanal na escrita com um sentido apurado de oportunidade e congruência.

Os Block Party oferecem-nos um dos mais graciosos álbuns de estreia dos últimos tempos, com doces pitadas de rock revivalista a la Strokes, instrumentalizações de bom nível, uma produção cristalina e vocalizações invulgares, dando provas da noção de risco dos Bloc Party e da concomitante assunção de uma postura que os levará à primeira linha do protagonismo para este ano. Silent Alarm era um disco aguardado com reticências e que, agora que chega às nossas mãos, subjuga quaisquer desconfianças e merece justo panegírico. Vivamente recomendado.