Apreciação final: 7/10
Edição: Janeiro 2005
Género: Pop-Rock Alternativo/Slowcore
Edição: Janeiro 2005
Género: Pop-Rock Alternativo/Slowcore
A sedução pelo tiple quente, o repouso confortador do afago e o romantismo estirado até as raias do tolerável são os conceitos musicais do alemão Maximilian Hecker. Se em Rose (2003) a pop melíflua do cantor/compositor estava encasulada em texturas sónicas ricas em detalhes, neste Lady Sleep a música é despojada de habilidades electrónicas, dá enfoque à castidade do instrumento, seja o piano ou a guitarra. O tom murmurado de Hecker mantém-se e, fazendo fé no título do disco, o fito deste tomo é embalar donzelas ou, em alternativa, segredar-lhes afectos durante o sono. Ainda assim, aparte a dor de coração de Hecker, Lady Sleeps traz-nos boas canções, de uma pop slowcore moderna, às vezes celestial, em estampas grafadas numa toada Sigur Rós-meets-Thom Yorke enamorado.
Ainda que a alguns possa parecer lamecha, Hecker tem algo de etéreo, mesmo experimental, revela-nos uma intimidade inquietante e complexa, vogando entre a doçura dos amores perfeitos desejados e o azedume dos enamoramentos indeferidos. Lady Sleep é uma engenhosa elegia à intimidade, ao amor e à morte. Certamente melodramático, mas não menos talentoso. Lady Sleep é um disco para ouvir de coração aberto, sem medo de arriscar as cicatrizes de amores falhados que guardamos no baú das recordações.
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