Apreciação final: 6/10
Edição: Fevereiro 2005
Género: Pop-Rock Alternativo/Cantautor
Edição: Fevereiro 2005
Género: Pop-Rock Alternativo/Cantautor
Tori Amos é uma compositora de conceitos. Os registos prévios da cantora favoreceram a geração de uma orientação musical resoluta, desprendida de espartilhos, às vezes um pouco oblíqua, mas ainda assim versátil e apta. O percurso da cantora, solidamente imprimido em sete albuns, é feito de passos seguros, uns mais inventivos do que outros. Neste The Beekeeper, oitavo registo da carreira, Amos investiu em dezanove(!) faixas, inequívoco prenúncio de risco de enfado. Nesse jogo de palpite, Amos não terá vencido: a audição de The Beekeeper não sendo molesta, é demonstrativa de que quantidade nem sempre rima com qualidade. Um disco desta extensão dificilmente sobrevive ao crivo da excelência, os méritos das melhores faixas encalham no mediania das restantes composições, em prejuízo da concisão do registo. Depois, The Beekeeper deixa-se enredar numa ociosa propensão para deslizar mansamente na graça do auditor, rumo à saudade do pretérito de Amos. Todavia, desengane-se quem pensa encontrar um mau disco. Se é inegável que The Beekeeper não é um disco clássico de Tori Amos, no sentido de aligeirar o apreço pela minúcia na escrita e na produção, não é menos verdade que algumas das canções são de bom nível. Mas, para alguém como Amos, abdicar de uma máxima tão idiossincrática quanto o pormenor e o alindamento das texturas é sinal leviano. Às músicas falta-lhes corpo.
The Beekeeper não é passo atrás. Mas também não renova a marcha de Tori Amos. E para alguém da sua estirpe sempre se exige o cúmulo. Fossem retiradas algumas das canções, re-produzidas outras e estaríamos na presença de um disco interessante. Deste modo, tal como é apresentado, The Beekeeper é paradoxalmente tacanho por ser longo demais e não faz justiça ao engenho costumeiro de Tori Amos. Ternura dos quarenta?
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