Apreciação final: 7/10
Edição: Rykodisc/Universal, Outubro 2005
Género: Electrónica/Dream Pop
Sítio Oficial: www.ladytron.com
Edição: Rykodisc/Universal, Outubro 2005
Género: Electrónica/Dream Pop
Sítio Oficial: www.ladytron.com
O terceiro registo de originais da carreira do quarteto Ladytron (no caminho ainda encontraram tempo para um disco de versões) é o mais preenchido cartão de visita de Helen Marnie, Mira Aroyo, Daniel Hunt e Reuben Wu. A asserção musical é análoga aos outros discos do colectivo britânico e assenta fundamentalmente numa mescla equilibrada de matérias sintéticas, sons instrumentais crus e vozes (femininas) num tom identicamente lamentoso e alucinado. A cadência vertiginosa das composições, ao jeito de uma espiral electrónica sem tempo ou espaço, apoia-se na afeição mesmeriana das vocalizações; o resto provém da devoção a algumas referências musicais do grupo - a música electrónica das duas últimas décadas (a disco incluída), a proposta new wave, house, techno e a porção certa de experimentalismo - e do trejeito costumeiro da sua assinatura. Há ainda um abeiramento prudente a um discurso dream pop que não cai mal nas formas dos Ladytron e que dilata o alcance melodramático e negro das composições, tornando-as mais complexas, sem prejuízo do seu flanco encantatório.
Witching Hour é a resposta a um hiato de três anos sem gravações e afirma um som virente (e convincente) na altura mais própria. Se é coisa certa que este disco estaria exposto, noutra conjuntura, a desconfianças e ao rótulo de datado, com a renascença da electroclash,Witching Hour adquire um sentido de oportunidade extra e destaca devidamente a valia desta banda. A bem da cena musical electrónica, a gestação prolongada deste álbum parece também ter trazido (com surpresa?) aos Ladytron um remate válido para os trabalhos manuais na mesa de mistura, acrescentando carne, sangue e casta à fórmula esqueletal do passado. Agora os Ladytron têm pedigree. E, mesmo sem inovações maiúsculas em Witching Hour, nós agradecemos.
1 comentário:
Com referências que atravessam várias épocas, não me parece que o som dos Ladytron (pelo menos enste álbum) seja assim tão datado.
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