Apreciação final: 7/10
Edição: Warp, Outubro 2005
Género: IDM/Electrónica Experimental/Ambiente
Sítio Oficial: www.boardsofcanada.com
Edição: Warp, Outubro 2005
Género: IDM/Electrónica Experimental/Ambiente
Sítio Oficial: www.boardsofcanada.com
O universo da electrónica experimental, mais propriamente o sub-género a que se convencionou chamar IDM (Intelligent Dance Music), é normalmente confinado ao anonimato e poucos são os projectos musicais que escapam a essa regra. Entre os nomes mais reputados, ao lado de Aphex Twin, Autechre, Mouse on Mars ou Carl Craig, figura a dupla escocesa Boards of Canada. Michael Sandison e Marcus Eoin, depois dos aclamados Music Has the Right to Children (1998) e Geogaddi (2002), apresentam-nos o terceiro longa-duração do seu percurso, o segundo lançado pela Warp. O disco segue na peugada dos antecessores, seduzindo o ouvinte a arriscar-se em labirintos sonoros e, com a mesma plenitude subtil, joga com o subconsciente, expondo reminiscências da face mais íntima da alma. Nesse sentido, é um disco atmosférico e contemplativo e, como seria de esperar dos Boards of Canada, remete-nos para a quase-hipnose de uma noite de Outono e a interioridade despegada da melancolia. The Campfire Headphase é soturno mas não depressivo e exprime-se em texturas electrónicas elaboradas com a minúcia costumeira da dupla. O requinte e a completude das composições - traves-mestras do discurso dos Boards of Canada - não deslustram o passado do grupo, mesmo sem disfarçarem, aqui e ali, alguns atributos dejá vu. Nota de inovação merecem as aparições da guitarra que, incorporadas na orgânica electrónica do disco, não mais se escondem em habilidades de estúdio e se afirmam mais cruas e assertivas (ouça-se a faixa "Chromakey Dreamcoat", um dos pontos altos do álbum).
A The Campfire Headphase parece faltar apenas um vínculo mais veemente com o arrojo; é certo que o par escocês aprimorou a retórica do seu som ambiental e sinistro e desse refinamento estilístico continuam a nascer composições impressivas mas sem lugar para o imprevisto. Sandison e Eoin têm predilecção por lances seguros e não expõem as fórmulas da praxe ao crivo da reinvenção, acabando por se mover nas raias do auto-plágio. É certo que eles são bons no que fazem mas não é chegado o ensejo de forjar conceitos novos?
Procure na grafonola as faixas "Chromakey Dreamcoat" e "Davyan Cowboy"
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