Apreciação final: 6/10
Edição: Temporary Residence, Outubro 2005
Género: Pós-Rock/Experimental
Sítio Oficial: www.explosionsinthesky.com
Edição: Temporary Residence, Outubro 2005
Género: Pós-Rock/Experimental
Sítio Oficial: www.explosionsinthesky.com
São texanos de gema e servem-se dos instrumentos para insinuar estados emocionais, em maneiras semelhantes às dos escoceses Mogwai ou dos canadianos Godspeed You Black Emperor!. Chamam-se Explosions in the Sky. As gravações contidas neste How Strange, Innocence foram produzidas um ano antes do primeiro disco do colectivo americano (Those Who Tell the Truth Shall Die, Those Who Tell the Truth Shall Live Forever, lançado em 2001) e não tinham ainda conhecido lançamento oficial. Escutar estas composições é ter o privilégio de olhar uma ecografia do embrião dos Explosions in the Sky e de perceber o que eles eram antes do reconhecimento conquistado nas esferas alternativas nos últimos dois anos. A orgânica em crescendo era já um denominador comum há cinco anos, as percussões em rupturas casuais e as linhas intrincadas do baixo já sustinham o discurso directo, espacial e hipnótico da guitarra. How Strange, Innocence é o fulcro essencial, a raíz primeira e o dogma maior dos Explosions in the Sky. Pode não ser excepcional, até se exprime numa linguagem um pouco redundante e/ou previsível, mas certifica o sentido de rumo e a amplitude técnica das interacções instrumentais que edições posteriores do quarteto texano viriam a enfatizar. Não sendo uma edição indispensável, How Strange, Innocence destina-se especialmente a fãs do grupo ou a melómanos curiosos.
How Strange, Innocence põe à vista os primeiros passos dos Explosions in the Sky nos campos silvestres do pós-rock. Dessas primitivas pegadas cambaleantes, com o mesmo embaraço inocente de um bebé que desperta para as suas funções mecânicas, haveria de crescer uma banda com uma assinatura inviolável e cuja marcha se faria firme. Com esta edição, o tempo faz marcha-atrás, mostra-nos as feições sonoras de uma novel criatura e torna-nos testemunhas do génesis dos Explosions in the Sky. Apetece descodificar estas eufonias como quem recorda, com fascínio, a primeira palavra no tartamudear de um recém-nascido. Enquanto não vem um novo disco, limpe-se o pó aos retratos do álbum de recordações. Porque o tempo, às vezes, volta atrás.
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