Tendo granjeado espaço mediático ao abrir os concertos da digressão de 2005 de Jack Johnson e, mais recentemente, numa edição radiofónica da BBC ao lado do amigo, o ex-skater Matt Costa chega agora à segunda edição discográfica com expressão nos principais canais de distribuição, depois do discreto debute, no ano transacto com Songs We Sing. O novo opus recalca os argumentos acústicos do antecessor e, por arrastamento, revela sensivelmente o mesmo embaraço estético que nele se identificava, mormente na dificuldade em definir uma linguagem una, algures entre uma miríade de influências que vão dos Beatles a Belle & Sebastian ou de Stephen Malkmus aos Fleetwood Mac ou, luzes mais distantes, dos Decemberists a Paul Simon (não deixa de ser curioso que um compositor californiano vá buscar algumas coordenadas de inspiração ao Reino Unido!). Apostando sobretudo na guitarra acústica como o substrato dominante das composições, aí revelando proximidades formais com Jack Johnson e com as feições mais luminosas da pop, ainda assim Unfamiliar Faces desvenda um código musical mais coeso do que Songs We Sing e a bem-vinda predisposição para, aos poucos, emancipar uma assinatura própria de entre as inúmeras referências. E combinações tão bem urdidas quanto as radio-friendly "Mr. Pitiful" e "Unfamiliar Faces" ou, num registo diferente, "Trying To Lose My Mind" ou "Bound" são sinais de um artífice capaz de erguer belas canções. Aguardemos, pois, os desenvolvimentos naturais.
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