Num ano em que a sétima arte e suas manifestações paralelas vivem uma crise sem precedentes face à greve de argumentistas, foi ontem anunciada a lista oficial de nomeações para os Óscares. Se a habitual antecâmara dos Globos de Ouro - com os vencedores anunciados no passado dia 13 de Janeiro - levantou um pouco o véu, estreitando espaços para grandes surpresas, o rol de nomeações impõe, ainda assim, algumas reflexões curiosas. Desde logo, nas categorias de representação, uma nota de destaque para Tommy Lee Jones, cuja performance como veterano da guerra do Vietname Hank Deerfield lhe rendeu a primeira nomeação como actor principal, depois de duas nomeações em papéis de suporte (em JFK, de 1991, e em O Fugitivo, de 1993; o segundo foi distinguido com a estatueta). Ainda nessa categoria, a personificação de Michael Clayton valeu a George Clooney também a primeira nomeação como actor principal, depois da vitória do ano transacto, como secundário, em Syriana. Johnny Depp terá a sua terceira oportunidade, depois das nomeações de 2003 (Piratas das Caraíbas) e 2004 (À Procura da Terra do Nunca), com a brilhante interpretação do barbeiro vingativo no novo musical de Tim Burton, Sweeney Todd. Outro estreante nestas andanças dos Óscares é o nova-iorquino Viggo Mortensen que viu a Academia distinguir o insensível Nikolai de Promessas Perigosas. No topo das apostas para levar a estatueta para casa, depois da consagração nos Globos de Ouro na classe dramática, está o já premiado Daniel Day-Lewis (vencedor em 1989 em O Meu Pé Esquerdo e nomeado em 1993, Em Nome do Pai e 2002, Gangs de Nova Iorque), pela reprodução de Daniel Plainview, o magnata do petróleo de Haverá Sangue, de P.T. Anderson.
Em funções de suporte, ao lado das previsíveis nomeações de Javier Bardem (vencedor do Globo de Ouro, em Este País Não é Para Velhos, já nomeado em 2000 como actor principal), Casey Affleck (O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford), Phillp Seymour Hoffman (Jogos de Poder, vencedor em 2005 como actor principal em Capote) e Tom Wilkinson (Michael Clayton, nomeado em 2001 como actor principal), surge a surpresa de Hal Holbrook, em O Lado Selvagem, de Sean Penn.
Nas senhoras, a australiana Cate Blanchett confirma as recentes predilecções da Academia e, depois de uma estatueta (actriz de suporte em O Aviador, de 2004) e duas nomeações (Elizabeth, 1998, e Diário de Um Escândalo, de 2006), repete dupla nomeação: papel principal em Elizabeth - A Idade do Ouro e de suporte em I'm Not There, a representar Bob Dylan. A veterana Julie Christie, já laureada pela Academia, conhece novo fôlego mediático como Fiona, uma doente de Alzheimer no drama Away From Her, de Sarah Polley. Entre essas duas deve decidir-se a atribuição da estatueta, embora não deva ser desconsiderado o trio de outsiders: Laura Linney em The Savages, Marion Cotillard, a Edith Piaf de La Vie en Rose (ganhou o globo de ouro para papéis principais em musicais) e da jovem Ellen Page, a mãe adolescente de Juno.
Na categoria secundária, além da super-favorita Cate Blanchett, as já esperadas distinções das debutantes Saoirse Ronan (Expiação), Amy Ryan (Gone Baby Gone), Tilda Swinton (Michael Clayton) e a menos consensual presença de Ruby Dee (Gangster Americano) que, aos oitenta e três anos, merece primeira atenção da Academia e terá, in extremis, superado Julia Roberts (Jogos de Poder) na corrida para a nomeação.
Para o título de melhor filme de 2007, a surpresa foi a inclusão de Juno, a par com um quarteto de nomeações mais do que esperadas: Michael Clayton, Haverá Sangue, Este País Não é Para Velhos e Expiação. O burburinho dos bastidores prevê um duelo taco-a-taco entre os três últimos. Essa peleja deve também repetir-se, apenas a dois, no Óscar para a Melhor Realização entre P.T. Anderson (Haverá Sangue) e os irmãos Coen (Este País Não é Para Velhos). A correr "por fora", estarão Tony Gilroy (Michael Clayton), Jason Reitman (Juno) e Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta).
As decisões finais serão anunciadas a 24 de Fevereiro.
Em funções de suporte, ao lado das previsíveis nomeações de Javier Bardem (vencedor do Globo de Ouro, em Este País Não é Para Velhos, já nomeado em 2000 como actor principal), Casey Affleck (O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford), Phillp Seymour Hoffman (Jogos de Poder, vencedor em 2005 como actor principal em Capote) e Tom Wilkinson (Michael Clayton, nomeado em 2001 como actor principal), surge a surpresa de Hal Holbrook, em O Lado Selvagem, de Sean Penn.
Nas senhoras, a australiana Cate Blanchett confirma as recentes predilecções da Academia e, depois de uma estatueta (actriz de suporte em O Aviador, de 2004) e duas nomeações (Elizabeth, 1998, e Diário de Um Escândalo, de 2006), repete dupla nomeação: papel principal em Elizabeth - A Idade do Ouro e de suporte em I'm Not There, a representar Bob Dylan. A veterana Julie Christie, já laureada pela Academia, conhece novo fôlego mediático como Fiona, uma doente de Alzheimer no drama Away From Her, de Sarah Polley. Entre essas duas deve decidir-se a atribuição da estatueta, embora não deva ser desconsiderado o trio de outsiders: Laura Linney em The Savages, Marion Cotillard, a Edith Piaf de La Vie en Rose (ganhou o globo de ouro para papéis principais em musicais) e da jovem Ellen Page, a mãe adolescente de Juno.
Na categoria secundária, além da super-favorita Cate Blanchett, as já esperadas distinções das debutantes Saoirse Ronan (Expiação), Amy Ryan (Gone Baby Gone), Tilda Swinton (Michael Clayton) e a menos consensual presença de Ruby Dee (Gangster Americano) que, aos oitenta e três anos, merece primeira atenção da Academia e terá, in extremis, superado Julia Roberts (Jogos de Poder) na corrida para a nomeação.
Para o título de melhor filme de 2007, a surpresa foi a inclusão de Juno, a par com um quarteto de nomeações mais do que esperadas: Michael Clayton, Haverá Sangue, Este País Não é Para Velhos e Expiação. O burburinho dos bastidores prevê um duelo taco-a-taco entre os três últimos. Essa peleja deve também repetir-se, apenas a dois, no Óscar para a Melhor Realização entre P.T. Anderson (Haverá Sangue) e os irmãos Coen (Este País Não é Para Velhos). A correr "por fora", estarão Tony Gilroy (Michael Clayton), Jason Reitman (Juno) e Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta).
As decisões finais serão anunciadas a 24 de Fevereiro.
A lista integral de nomeações, pode ser consultada aqui.
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