Apreciação final: 7/10
Edição: Locust, Outubro 2005
Género: Folk Tradicional
Sítio Oficial: www.espers.org
Edição: Locust, Outubro 2005
Género: Folk Tradicional
Sítio Oficial: www.espers.org
Recentemente convertidos ao formato de sexteto, eles movem-se no ambíguo espaço da folk americana e têm uma peculiar afeição pela música tradicional, seguindo os mesmos atalhos musicais dos britânicos Pentangle, Fairport Convention ou The Incredible String Band, projectos musicais que vingaram nas décadas de 60 e 70 à custa da evocação de melodias tradicionais da cultura celta e dos protótipos musicais nativos das ilhas britânicas. Escutar este Weed Tree é perceber que estes músicos de Filadélfia deviam morar no outro lado do Atlântico, junto do imaginários das referências musicais que os inspiram. O alinhamento é composto por seis versões (duas canções tradicionais irlandesas e outros temas de Nico, Durutti Column, Michael Hurley e dos Blue Öyster Cult) e um original. O tom lamentoso é denominador comum às composições e sublinha a atmosfera melancólica do registo, na toada outonal do monólogo de um solitário. E é precisamente de solidão e de perda que se discursa em Weed Tree. Como não podia deixar de ser, os instrumentos acústicos prevalecem num tecido musical de cariz barroco, com uma profundidade vocal e um compromisso de integridade não vistos no trabalho de estreia. O som dos Espers é mais encorpado porque recolhe os alentos de mais instrumentistas de elite e conjuga fatias de beleza imaculada, num corpo de fantasia nem sempre homogéneo mas profusamente mágico.
Weed Tree é uma substância musical trovadoresca, de alma medieval, com a pureza do canto pastoral e o subliminar ânimo da cultura celta. É também um conciso retrato musicado do raizame da folk, não desvirtuando o espírito das composições originais, ainda que suscitando-lhes um desígnio mais experimental. O modus operandi dos Espers é elástico q.b. para se adaptar à diversidade das propostas originais e joga em favor da credibilidade de um colectivo prometedor. Enquanto não chega o novo trabalho de originais (previsto para o próximo ano), Weed Tree é um óptimo cartão de visita para quem não conhece o sexteto de Filadélfia e, ao mesmo tempo, aguça os apetites dos fãs.
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