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Os Joy Division afirmaram-se no apogeu da era
punk britânica, quando a energia irreverente dos niilistas Sex Pistols extasiava os mais jovens e chocava a fleumática sociedade inglesa. Ao invés do vigor e da raiva, o colectivo liderado pelo malogrado Ian Curtis afirmou-se num registo menos explícito, mais fechado e, sobretudo, mais melancólico e reflexivo. A curta carreira discográfica do grupo - apenas editaram dois álbuns de estúdio - deixou um lastro de angústia emocional, ao ponto de, no final da década de 70, os Joy Division se terem tornado os ícones de uma geração desorientada, orfã de gurus e que se revia nas confissões parabólicas de Curtis, com um som quase industrial, tortuoso e profundamente pessoal.
Lançado pouco tempo depois do suicídio de Curtis, o álbum
Closer (1980) é a obra mais ecléctica dos Joy Division e é considerado por muitos como uma das peças documentais mais importantes da história recente da música britânica. O tema "Heart and Soul" é um dos exercícios de apocalipse pessoal mais bem conseguidos do
ensemble inglês e integrou o alinhamento da edição original do disco. Uma canção taciturna e algo misteriosa, tão problemática quanto a doente mente de Curtis (o músico era epiléptico).
Para escutar esta canção, clique
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A canção estará disponível por um período máximo de sete dias.
2 comentários:
Os Joy Division têm uma importância fulcral na minha pessoa. O dia que ouvi o «Closer» pela primeira vez foi um dos dias mais felizes da minha vida. Eu não seria o mesmo sem ter tomado contacto com todo o mundo dos Joy Division.
Assino por baixo.
Os Joy Division são um marco.
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