Apreciação final: 8/10
Edição: PIAS/Different, Fevereiro 2006
Género: Techno/House/Dance-Club
Sítio Oficial: www.tiga.ca
Edição: PIAS/Different, Fevereiro 2006
Género: Techno/House/Dance-Club
Sítio Oficial: www.tiga.ca
O planeta Sexor é um produto da mente do conceituado produtor e DJ canadiano Tiga. Mais do que parte integrante de uma galáxia imaginária, o primeiro disco de Tiga é um casulo de ritmos que rimam com dança; lá dentro há puro fogo de artifício das pistas de danças dos 80's, numa intoxicação melódica excitante e pejada de boas vibrações . Sexor ataca declaradamente todos os dancefloors mas fá-lo com alma e fito e com uma sensualidade que mistura matrizes techno e house. No fundo, a proposta é pop mascarada de música de discoteca (chamam-lhe electro-pop), mas a sua versatilidade deriva das feições intemporais - até chegam a sentir-se alguns mimetismos Depeche Mode ou Kraftwerk - de composições inteligentes e aprimoradas com requinte. Trocado por miúdos, Sexor tem as prováveis medidas de um clássico electro-pop que recupera a idade de ouro dos sintetizadores, acrescentando-lhes substâncias modernas. E consegue isso sem soar datado, antes produzindo ambientes sonoros frescos, muito por conta da excelência da produção, a cargo do próprio Tiga, dos irmãos Dewaele (dos projectos Soulwax e 2 Many Dj's) e do mago techno sueco, o ilustre Jesper Dahlback. A engrossar a lista de convidados célebres, Jake Shears (Scissor Sisters) empresta a voz ao single de apresentação, "You Gonna Want Me".
A reputação de Tiga antecede-o: atrás desta edição, está um arsenal de produções na área da música de dança e diversos remixes de gente conhecida (LCD Soundsystem, Felix da Housecat, Fisherspooner, Mylo e Scissor Sisters, entre outros). Com uma longa gestação de cerca de cinco anos na fase de produção, o álbum de estreia do canadiano prova as suas aptidões como compositor. É uma colecção extasiante de convites irrecusáveis para dançar e, não obstante os momentos menos felizes - que até nem são escritos por Tiga - como as covers de "Down in It" (Nine Inch Nails) e "Burnin' Down the House" (Talking Heads), o disco tem uma vitalidade incansável. Sexor é um dos momentos mais bem conseguidos da cena electro-pop dos últimos anos e não estranhará se, daqui por uns tempos, se virem uns corpos jovens e desnorteados a bambolearem-se com este som numa qualquer discoteca deste país.
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3 comentários:
Sim, concordo com essa análise. A regra é mesmo essa: um ou outro êxito isolado e pouca consistência. Mas, na minha opinião, este trabalho está muito bem conseguido. Veremos se, em produtos vindouros, Tiga mantém esta capacidade para cativar.
Gostei bastante da 1ª metade do disco, a 2ª parte achei bem inferior aos temas iniciais.
Também senti isso, aliás escrevi-o na crítica ao disco, a propósito das duas versões incluídas. Mesmo assim, considero o disco um produto de bom nível. Não tanto como o avaliaram no Blitz (9/10) mas acho que merece a nota que lhe dei.
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