Thrill Jockey, 2015
Os Lightning Bolt são um verdadeiro case study de como um produto musical de nicho pode desafiar o seu confinamento estético "de origem" e chegar a públicos e palcos díspares. Alguma razão há-de haver para a improvável longevidade (de quase uma vintena de anos) e reconhecimento do noise agudo de Brian Chippendale e Brian Gibson. É deles um quinhão importantíssimo da visibilidade que o género ganhou nos circuitos mediáticos, em razão de uma discografia consistente e definidora e, talvez até mais do que isso, dos lunáticos assaltos sónicos que o duo promove em palco (ou no meio do público, como acontece amiúde). Seja como for, os Lightning Bolt são uma força para não ser ignorada; goste-se ou não do radicalismo do género, há uma aura triunfalista na música deles que mexe com o mais empedernido dos resistentes. Se, depois, se é convertido ao estilo ou não, é outra conversa, mas essa curiosidade primária fica e é precisamente por ela que os Lightning Bolt se tornaram aquilo que são hoje. Musicalmente, a coisa é simples: volumes bem amplificados, a bateria furiosa de Chippendale e o baixo musculado de Gibson, sem ornatos ou enfeites, sem manipulação, apenas electricidade, urgência e implosão de ruídos crus.
No primeiro álbum pela ecléctica Thrill Jockey, e o sétimo do percurso, o bombardeio impiedoso da dupla segue sem cedências de qualquer ordem, embora se perceba que é o seu registo mais cuidado na produção e no detalhe e definição das texturas. Nesse particular, Fantasy Empire converge com os momentos mais inspirados dos LB, o que nem é de estranhar dada a longuíssima gestação de seis anos - hiato que também serviu para Chippendale se aventurar a solo como Black Pus - e as sucessivas depurações que adiaram o lançamento. No final, o disco é tão insanamente inspirado, tão delirantemente elástico e áspero como se esperava. Afinal, seis anos sem uma sova maníaco-agressiva aos tímpanos não pediam menos do que isto.
No primeiro álbum pela ecléctica Thrill Jockey, e o sétimo do percurso, o bombardeio impiedoso da dupla segue sem cedências de qualquer ordem, embora se perceba que é o seu registo mais cuidado na produção e no detalhe e definição das texturas. Nesse particular, Fantasy Empire converge com os momentos mais inspirados dos LB, o que nem é de estranhar dada a longuíssima gestação de seis anos - hiato que também serviu para Chippendale se aventurar a solo como Black Pus - e as sucessivas depurações que adiaram o lançamento. No final, o disco é tão insanamente inspirado, tão delirantemente elástico e áspero como se esperava. Afinal, seis anos sem uma sova maníaco-agressiva aos tímpanos não pediam menos do que isto.
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