Apreciação final: 6/10
Edição: SPV/Universal Music, Abril 2006
Género: Metal Gótico
Sítio Oficial: www.moonspell.com
Edição: SPV/Universal Music, Abril 2006
Género: Metal Gótico
Sítio Oficial: www.moonspell.com
Os portugueses Moonspell estão de volta. Depois da magna edição de Antidote (2003), um dos trabalhos mais substanciosos do percurso da banda, o sucessor Memorial estará nos escaparates no final de Abril. Recuperando a produção de Waldemar Sorychta - já havia misturado os primeiros trabalhos do grupo - os Moonspell cuidam de remexer na geometria do seu som, através do reforço do segmento gótico e dos ambientes negros. A voz de Fernando Ribeiro exprime-se em orações mais guturais, sem o mesmo sossego melódico que adornava algumas das faixas do antecessor. Se tal variação aproxima Memorial dos exercícios mais antigos da mais internacional das bandas lusas, não é menos verdade que, sem a volubilidade vocal que caracterizou os instantes mais inspirados do percurso dos Moonspell, o alinhamento do álbum se torna mais uniforme e, consequentemente, menos chamativo. A produção de Sorychta sublinha a face sombria das composições, apostando na emotividade das teclas e secções rítmicas para desenhar ambientes mais contemplativos do que os de The Antidote mas, a despeito do perfeccionismo técnico, empacota as faixas com a mesma receita, tornando-as demasiado iguais para serem tomadas por dissemelhantes. Nesse aspecto, o pecado é dividido com a escrita complexa dos Moonspell, uns furos abaixo da média que se exige a protagonistas deste quilate.
Memorial é um disco de ambientes requintados, uma espécie de cântico negro que toca na alma e faz vibrar (inquietar) o espírito. Nisso, os Moonspell são mestres. Pena é que a escrita tenha ficado aquém daquilo que eles podem fazer, preferindo repousar no refúgio confortável das ideias já exploradas no passado, recalcando-as com a competência costumeira, mas sem procurar a inovação criativa que os catapultou para a primeira linha do metal gótico. Memorial é certamente gótico e conserva aquela pujança que aprisiona o ouvinte e o tenta a experimentar uma visita aos argumentos mais escuros de si mesmo, sujeitando-se à pungente introspecção dos relatos do seu memorial. Ainda assim, falta-lhe o fragmento de excelência dos Moonspell, algo que poderia abrir-lhe as portas do panteão onde residem as castas de elite do metal gótico. E artesãos da igualha dos gloriosos Moonspell não se podem dar por satisfeitos com menos do que isso.
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