Apreciação final: 8/10
Edição: Sub Pop, Março 2006
Género: Rock Alternativo
Sítio Oficial: www.bandofhorses.com
Edição: Sub Pop, Março 2006
Género: Rock Alternativo
Sítio Oficial: www.bandofhorses.com
É praticamente insofismável que, com mais ou menos fintas, estes rapazes gostam do mestre Neil Young. E quando uma banda namorisca um ícone de tal nobreza podem ocorrer uma de duas coisas: ou faz uma mera reprodução de conceitos, incorrendo no pior dos riscos para um artista, o mimetismo, ou assume as reminiscências desse legado num jeito moderno e criativo. Foi assim que os My Morning Jacket subiram ao trono do rock alternativo americano, reinventando o coração da música de Young, sem lhe adulterar os princípios essenciais. E é isso que os estreantes Band of Horses (a aventura musical de Ben Bridwell e Matt Brooke começou com o agora extinto projecto Carissa's Wierd) ensaiam neste álbum, conseguindo um irrepreensível exercício do melhor rock independente. Assente em instrumentais de primeira água e na sobriedade da produção, o som dos Band of Horses, não sendo nada de original, é franco e simples e parece concebido para invocar estímulos emocionais. E fá-lo com a distinção das grandes obras, aquelas que nos inspiram desde o primeiro contacto mas que vão além de amores acidentais. Discos destes desenham ecos com corpo, ficam a ressoar no espírito como se sempre tivessem feito parte do nosso âmago.
A escrita dos Band of Horses não tem segredos: o balanço é quase imaculado entre o fraseado melódico aberto pelas guitarras, a figuração recatada da percussão, a pontuação sugerida pelo baixo e, claro, a reverberante voz de Ben Bridwell, mais aguda que grave. As canções variam da quietude dream pop ao rock expansivo, do trivial ao excelso, dos enigmas em elipse às linhas rectas, do singelo ao elaborado. Atestado anti-monotonia, entenda-se. Reduzir esta música à definição de country é ignorar as múltiplas dimensões nela inscritas, mormente o espectro etéreo do disco, aquele quinhão de vital espiritualidade que nos instiga a desvendar este álbum do primeiro ao último segundo. A Everything All the Time faltam apenas fragmentos de novidade mas, esquecendo esse detalhe, a eloquência deste debute é peremptória: os My Morning Jacket que se cuidem, anda aí uma suposta banda de equídeos pronta a usurpar-lhes o reinado.
1 comentário:
Este disco é muito Coldplay, e como detesto Coldplay não acho que este disco mereça ser ouvido mais que 2 ou 3 vezes.
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