Apreciação final: 7/10
Edição: Sugar Hill, Agosto 2005
Género: Folk Progressivo/Tradicional Americana/Bluegrass
Sítio Oficial: www.nickelcreek.com
Edição: Sugar Hill, Agosto 2005
Género: Folk Progressivo/Tradicional Americana/Bluegrass
Sítio Oficial: www.nickelcreek.com
O terceiro longa-duração do trio californiano Nickel Creek segue as pegadas musicais das edições anteriores e adere a uma causa de harmonias sem tropel, embora com uma porção acrescida de ímpeto e com um vínculo mais introspectivo e taciturno. As composições prescindem da percussão - a excepção são os temas "Helena" e "Best of Luck" - e arrumam-se num formato acústico, numa dinâmica melodiosa de onde sobressai a simbiose magistral entre a guitarra, o bandolim e o violino. Depois, os registos vocais alternantes de Sara Watkins (o irmão Sean completa o trio) e Chris Thile reforçam a orgânica afectuosa do álbum, num timbre outonal e intimista que avoca um afago delicado da face incorpórea do ser humano. E o som dos Nickel Creek é, tambem ele, quase impálpavel, tem algo de atmosférico e volante, tem raízes na country de Hank Williams, Loretta Lynn ou Steve Earle e alastra-se para o rock dos Jethro Tull e a indie pop dos The Decemberists ("Jealous of the Moon" não podia ser deles?). A isso, o trio americano acrescenta um cunho próprio assente numa excelsa tríade de cordas e em arranjos minimalistas, compondo um mosaico sonoro profuso, especialmente notado nos três ensaios instrumentais do disco ("Scotch & Chocolate", "Stumptown" e "First and Last Waltz").
Why Should the Fire Die? é um suave jogo de sombras musicadas que desenham os contornos da tradição bluegrass com o pincel do imediatismo pop. Este disco é talvez o mais creativo do curto percurso da banda mas, se não é um produto irresistível para os puristas do género bluegrass, deve aproximar os Nickel Creek da comunidade indie e servir de referência para uma eventual viragem expansiva do conceito musical do trio. De qualquer das formas, se Why Should the Fire Die? é provincial, é consistente, é arcaico, é moderno...que importa se a palavra country não chega?
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