terça-feira, 13 de setembro de 2005

The New Pornographers - Twin Cinema

Apreciação final: 8/10
Edição: Matador, Agosto 2005
Género: Indie Rock/Power Pop
Sítio Oficial: www.thenewpornographers.com








O colectivo The New Pornographers integra Carl Newman (dos Zumpano), Neko Case (como vocalista convidada), John Collins (dos Thee Evaporators), Dan Bejar (dos Destroyer), o guitarrista Todd Fancey, o teclista Blaine Thurier e o baterista Kurt Dahle. Sediado em Vancouver, o super-grupo canadiano tornou-se matéria de culto desde a edição de Mass Romantic (2000) e especialmente de Electric Version (2003), pelo que as expectativas de antecipação de Twin Cinema eram elevadas. O terceiro trabalho de estúdio do grupo aprova o mesmo esquema estético dos seus antecessores, subscrevendo um compromisso com eufonias delicadas e um som luzidio e livre de impurezas, em composições cativantes e construídas com elegância. A opulência na justa medida das canções é o certificado de um som que, sem soar anacrónico, evoca a pop clássica dos anos 60 e 70 (um pozinhos dos Kinks..?) e é aconchegado por uma produção destra e que empurra o registo dos The New Pornographers para uma toada enigmática que fica equidistante da sedução inquietadora e do conforto intimista (lembram-se do disco The Slow Wonder de Newman?). Àquela componente inveterada, o ensemble acrescenta um entusiasmo fervoroso e expansivo que, aliado à diversidade vocal das canções, impõe uma insígnia de coesão power-pop à estrutura verso-refrão-verso. Contudo, o simplismo dessa regra serve apenas de fundação a texturas além-fórmulas que afirmam uma certa complexidade rítmica, desenhada em multi-camadas sobrepostas com sobriedade e que não perdem o imediatismo.

Twin Cinema não mudará o sentido de rotação da Terra dada a dimensão reduzida do seu impulso inovador. Todavia, o disco escapa ao vulgar plagiato do universo pop, negando os clichés e assumindo, de corpo inteiro, a efervescente idealização de Newman e seus pares, no resgate de sonoridades julgadas extintas e no risco de as moldar delicadamente a uma identidade remoçada. E desse (re)arranjo nasce uma assinatura de autor. E um grande disco.

1 comentário:

Anónimo disse...

best regards, nice info » »