quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Elbow - Leaders of the Free World

Apreciação final: 8/10
Edição: V2, Setembo 2005
Género: Dream Pop/Indie Rock
Sítio Oficial: www.elbow.co.uk








A órbita dos britânicos Elbow divide-se entre as fórmulas progressivas e um certo psicadelismo indie. Se no primeiro caso há o recorrente risco de as composições se tornarem redundantes, por força de estruturas musicalmente aliterantes, na segunda situação há um chamamento dos sentidos, uma convocação infatigável de jogos da mente. Neste Leaders of the Free World, os Elbow sublinham essa face alucinatória da sua música, deixam de lado o conceito progressivo - eles próprios definem-se como progressivos sem os solos de guitarra - e concebem um disco cru, de temperamento outonal, ensimesmado e ressonante. O terceiro álbum do quinteto inglês articula emoções com precisão e intimidade e arruma-as em enigmas expiatórios, como se a consternação fosse o instrumento redentor da melodia. Depois, a aura deste disco é subtil, quase intáctil na sua identidade quebradiça, no mesmo jeito da voz de Guy Garvey, aparentemente frágil mas com um arrepiante alento.

Leaders of the Free World é um tomo de canções contemplativas e de feições taciturnas que vencem pela espontaneidade. Não é uma peça musical festiva, antes um documento de romantismo àspero, de meditação impulsiva e de embalo lento. Suportado numa excelsa destreza compositiva, o mais recente (e mais bem conseguido...) trabalho dos Elbow é radioso na melancolia e mágico nas sombras - esse encanto apenas se desvanece em alguns momentos menos consistentes do alinhamento - e consagra definitivamente os rapazes de Manchester. A dada altura, Garvey canta: "the leaders of the free world are just little boys throwing stones". Sardonismo político aparte, serão eles os gaiatos?


Para escutar estas amostras, precisa de instalar o Real Player. Baixe-o aqui

1 comentário:

playlist disse...

Gosto muito dos Elbow..muito bom!