Apreciação final: 7/10
Edição: Jagjaguwar, Maio 2005
Género: Pós-Rock/Experimental
Sítio Oficial: www.enemyhogs.com
Edição: Jagjaguwar, Maio 2005
Género: Pós-Rock/Experimental
Sítio Oficial: www.enemyhogs.com
A estética sonora dos Oneida é como um poliedro vago e indefinido cujas faces são substâncias musicalmente diversas e que coexistem harmonicamente, ao ponto de fundarem dependências simbióticas entre si e concorrerem, com símile pertinência, para um produto musical maiúsculo. Depois, a vincada tendência do grupo de Brooklyn para a autenticidade e, em virtude disso, para o estiramento recorrente do seu manancial criativo, ainda que à sombra do mundo mainstream, faz deles uma das alusões óbvias do circuito indie. Em The Wedding o colectivo americano mantém o substracto do seu registo habitual, uma espécie de rock semeado nas cordas de uma guitarra, vertiginosamente sinfónico, e aglutinador do heavy metal etiquetado dos 70's ("Did I Die?" não é muito Black Sabbath e Deep Purple?) e do pós-rock psicadélico e experimental. O arrojo dos Oneida é, neste trabalho, preenchido pelo recurso aos ritmos electrónicos omnipresentes no disco e que, sem diminuir o mérito das cordas, as relega para planos alternativos. Mais geometricamente profundo e experimentalmente melodioso do que Secret Wars (2004), este álbum é também menos mecânico e psicadélico (menos rock?). A esse redimensionamento do som dos Oneida, mais centrado no onírico intimismo da folk, sem repelir o amparo ritual das distorções e dos riffs, correspondem inferências que, depois de audições sucessivas de The Wedding, insistem em ostentar a categoria desafiante de quebra-cabeças.
The Wedding é o sétimo registo da carreira dos Oneida e é feito de melodias pouco convencionais e complexas. A disparidade de estilos (inconsistência ou versatilidade?) torna-o um álbum intrigante e tremendamente apelativo. A mais recente mutação dos Oneida é esotérica e imoderada e, por isso, traz excessos e disparos fora do alvo...mas não é do desmando que brotam os predicados do génio? E quem se atreve a faltar a um matrimónio em que os actores principais, além de serem artesãos de escol, se alcunham de Hanoi Jane, Kid Millions e Bobby Matador?
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