quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

A Paixão de Cristo

Apreciação final: 7/10
Edição: 2004
Género: Drama


O polémico filme de Mel Gibson, é um relato visualmente agressivo das últimas horas de Cristo, da traição de Judas, da prisão, das acusações de blasfémia e da condenação à morte.

O enredo é expressivo, a violência física é explicitada até aos limites do aceitável, formando uma obra pungente, que comove (ou repugna) pela sua agressividade visual, mas que não deixa de ser um testemunho da cruel natureza da humanidade. Cristo é um mártir da civilização cristã, foi negado e violentado sem dó, mesmo pelos seus seguidores e A Paixão de Cristo atira-nos essa verdade à cara. É excessivo? Talvez, mas as consciências só acordam se socadas. E este filme lesa-nos e dá que pensar.

Uma nota para a interpretação sóbria de James Caviezel e para os diálogos realisticamente apresentados em aramaico, hebreu e latim. Se como produto cinematográfico A Paixão de Cristo ficou um pouco aquém do que a história de Cristo impõe, já como dissertação das traições do homem, resulta cruel mas pertinente.

1 comentário:

Anónimo disse...

PAIXÃO DE CRISTO

Uma palavra - perturbador.
Um filme que nos faz re-descobrir tudo isso, e essencialmente sentir o que, para mim, não passavam de palavras escritas na bíblia. Visualizar o sofrimento de todas aquelas pessoas e essencialmente viver o que Jesus viveu no seu último dia de vida.
Incrível.
É de uma violência extrema e o Mel não nos poupa nada. O que aconteceu foi aquilo e é para ver.
Não há rodeios, não há romances, não há monstros nem fantasmas ou mesmo super poderes ou coisas do outro mundo. É o Homem que ali está.
O filme vai ao ponto dos judeus falarem o Hebraico e os Romanos o Latim. Não há letra de inglês. Fantástico.
O olhar de Jesus foi o que mais que incomodou. A cor dos olhos e a expressão de Jesus está...enfim...soberba.
Acho que foi mesmo assim. Não me lembro de ver traduzida num filme, tão bem, a expressão do olhar.
E era sabido que Jesus tinha um olhar e expressão que furava a alma de quem o via...
Bem, até as analepses do filme estão bem encaixadas.
E a banda sonora. Estou-me a arrepiar só de pensar.
Para quem está por dentro do assunto, acho impossível conter as emoções!
Fascinante.
Quanto á história. É o que a gente sabe, sem mais.
Talvez por isso há quem ache que o filme é simplório.
Imperdível

Eugénio Rodrigues