quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Buffalo Killers - Let it Ride

7/10
Alive Records
2008
www.buffalokillers.com



De cada vez que surge um projecto musical alinhado com uma determinada corrente estética de revivalismo, se percebe com mais propriedade que arte e nostalgia são conceitos que, quando convergem, nos dão, com o reacendimento de memórias, a dimensão mais precisa do conceito de "clássico". O segundo disco do trio Buffalo Killers, de Cincinatti, é uma achega preciosa para essa discussão, por reportar reverencialmente à luminária do rock psicadélico dos 70's, num derivado mais contido (e por isso mais preciso) daquilo que, por exemplo, os Wolfmother fizeram recentemente. Se os australianos pecaram, nesse processo de revigoração, pelo excesso de pastiche do ideário Led Zeppelin, assim se expondo à não concretização de uma identidade própria, os Buffalo Killers fazem mais do que um mero tributo e, movendo-se no mesmo padrão estético, mostram competência para se emanciparam de um plano de referências que vai de Neil Young a David Bowie, de Rolling Stones a Allman Brothers, de Greenhornes a Black Sabbath, de Lynyrd Skynyrd a Peter Frampton. E, nesse ilustre novelo, cabe ainda uma ponta - a mais relevante - para a escrita descontraída e versátil dos BK, assente sobretudo nos riffs de guitarras (ora inflamadas, ora plácidas), na gravidade do baixo, na diligência da percussão e na expressividade vocal. Podem não ser a next big thing, nem sequer um facto absolutamente original, mas os Buffalo Killers certamente são parte da elite revivalista do rock "clássico". E Let it Ride é um bom apontamento para reescrever a história.

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