quinta-feira, 14 de julho de 2005

AFX - Analord (Vol. 1-11)

O galês Richard D. James, mais conhecido pelo epíteto Aphex Twin, é um dos ícones do vanguardismo na música electrónica, partindo de formatos techno (o preceito base do seu percurso artístico) e acolhendo interposições da música ambiente, do acid, do drum'n'bass e da IDM (Intelligent Dance Music). Movendo-se habilmente nesses cenários, o produtor e instrumentalista adoptou o cognome AFX e lançou a colecção Analord, um grupo de edições single em vinil, com lançamento na primeira metade deste ano. Pode escutar amostras de todos os volumes aqui.


Analord 1 (4/10)
Formalmente complexo e ritmicamente elaborado, o primeiro volume desta colecção apresenta um precisão quase mecânica e electrizante, recheada com uma opulência orgânica que preenche as composições com certo dislate. As melodias são reduzidas ao mínimo, em sete faixas de pura IDM e techno experimental com mais quilos.
(Rephlex, Janeiro 2005)





Analord 2 (6/10)
Numa toada ligeiramente menos pesada e mais simples do que a do tomo anterior, Analord 2 é mais melódico e subliminarmente mais pausado, deixando espaço para a intervenção individual dos instrumentos e para a incursão por espaços mais contemplativos.
(Rephlex, Janeiro 2005)





Analord 3 (7/10)
Com texturas ricas em detalhes e nuclearmente centradas, é o fascículo mais inventivo e experimental da série e deriva de estruturas techno para outras abordagens electrónicas, com melodias adiadas e um som mais urbano do que os dois volumes anteriores.
(Rephlex, Fevereiro 2005)





Analord 4 (5/10)
A quarta extensão da colecção Analord retoma percursos mais harmoniosos e de concordâncias melódicas, ainda que abreviados a uma lógica electrónica feita de sons esparsos e sintéticos que povoam ritmos mais ou menos definidos e subconscientemente mais sombrios.
(Rephlex, Fevereiro 2005)





Analord 5 (5/10)
Mais experimental e utopista, é também o registo mais vago da série, com duas composições de rumo incerto, pausadas e sorumbáticas, e que alinham com algum desajuste as batidas computorizadas por um fio de prumo invisível.
(Rephlex, Março 2005)





Analord 6 (6/10)
Beats bem urdidas e composições coerentes, com alguma esquizofrenia orgânica, e que, não abandonando o vector experimental, seguem uma regra melódica razoável e bem próxima do arquétipo Aphex Twin.
(Rephlex, Março 2005)





Analord 7 (7/10)
Espaço mais melodioso e que enquadra, numa amálgama acid/house/techno devidamente ponderada, uma noção de música de câmara, também ambiental (especialmente em "Lisbon Acid"). O experimentalismo é mais moderado (a excepção é "Pitcard") e a riqueza orgânica mantém-se.
(Rephlex, Abril 2005)





Analord 8 (7/10)
Talvez o mais dançável e mais profícuo dos tomos da série, não perde de vista os ingredientes clássicos de AFX, aqui re-equilibrados num timbre low profile e simultaneamente mais enigmático.
(Rephlex, Maio 2005)





Analord 9 (6/10)
Batidas mais aceleradas, misturadas com ruídos estranhos e volubilidade lento-rápido, a culminar em descargas eléctricas inopinadas, num estilo que memora o projecto Venetian Snares e que deixa uma margem reduzida para o meneio da melodia.
(Rephlex, Junho 2005)





Analord 10 (6/10)
Apenas duas faixas em discurso directo e mais suave, com percussões mais elásticas e que pontuam composições mais dilatadas mas sem rasgos inventivos assinaláveis.
(Rephlex, Junho 2005)





Analord 11 (5/10)
Um pouco mais revivalista do que qualquer um dos outros volumes da série Analord, há aqui reminiscências dos anos 80, com sintetizadores mais melódicos e sons distorcidos, num retiro quase tímido e devoto da meditação.
(Rephlex, Julho 2005)

Sem comentários: