PIAS, 2014
Propor-se fazer a canção pop perfeita sem ceder às tipificações do mainstream estupidificante é causa que poucos podem orgulhar-se de ter defendido, com consistência, durante um percurso que conte um punhado de anos. Chegar a escrevê-la ou não, é conta para outro rosário, mas o propósito de per si não é feito de somenos, sobretudo num meio musical que se deixa progressivamente colonizar pela boçalidade e o erotismo bacoco. O exemplo dos Real Estate é paradigmático da tal consistência em torno de um ideário pop elegante, tranquilo e, ainda assim, genuinamente suburbano e sedutor. Oriundos de New Jersey, vêm imprimindo a sua marca há sensivelmente cinco anos, sempre com muito razoáveis resultados comerciais e o reconhecimento da crítica especializada.
Atlas é o terceiro título da discografia e alicerça-se na assinatura distintiva de Martin Courtney e companhia, a mesmíssima proposta musical que é toscamente arrumada - por ser muito mais do que isso - sob o epíteto de surf rock. Não há como negar que há um sopro de Verão neste álbum, como nos que o antecederam, mas agora levado por uma produção mais limpa, com menos manobras artificiais. Esse detalhe enobrece o já eloquente melodismo das canções, apoiado na simplicidade estrutural das guitarras, na precisão do baixo e no equilíbrio tímido da percussão. Depois, a fidelidade ao refinado bom gosto das melodias, mesmo nos instantes de pura melancolia, dá ao disco a identidade Real Estate. Não vai reinventar a roda, é certo, mas é suficientemente bom para saudar a chegada do sol, sem ceder às autoplagiadas tonterias da pop mainstream.
Atlas é o terceiro título da discografia e alicerça-se na assinatura distintiva de Martin Courtney e companhia, a mesmíssima proposta musical que é toscamente arrumada - por ser muito mais do que isso - sob o epíteto de surf rock. Não há como negar que há um sopro de Verão neste álbum, como nos que o antecederam, mas agora levado por uma produção mais limpa, com menos manobras artificiais. Esse detalhe enobrece o já eloquente melodismo das canções, apoiado na simplicidade estrutural das guitarras, na precisão do baixo e no equilíbrio tímido da percussão. Depois, a fidelidade ao refinado bom gosto das melodias, mesmo nos instantes de pura melancolia, dá ao disco a identidade Real Estate. Não vai reinventar a roda, é certo, mas é suficientemente bom para saudar a chegada do sol, sem ceder às autoplagiadas tonterias da pop mainstream.
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