Woodsist, 2014
Para um colectivo que lançou cinco álbuns em outros tantos anos, com uma muitíssimo razoável consistência e qualidade, pode considerar-se que o hiato de sensivelmente um par de anos que nos separa de Bend Beyond, antecessor do novo disco, é um recorde absoluto para os Woods. Se a gestação mais prolongada seria sinónimo de alguma mudança estrutural, foi a questão debatida ciberneticamente entre fãs nos últimos meses, gerando a normal (e estéril) divisão de opiniões entre os indefectíveis da fidelidade ao património do grupo e aqueles que, respeitando o legado do passado recente, apreciam o investimento em coisas novas. Agora que o disco de mais estes descendentes da prolífica Brooklyn está cá fora, não tardarão a pesar-se argumentos de uma e outra facção, até tudo radicar na incontornável certeza de qualquer disco dos Woods: eles não sabem fazer um disco mau e With Light and With Love é a sexta sólida premissa dessa conclusão.
Atrás deste disco e nestes nove anos de existência, os Woods ergueram uma identidade de verdadeiros animais de estrada, em proximidade com o seu público, erguida em numerosas actuações ao vivo que foram amplificando canções de belíssimo recorte, naquilo que as convenções chamam rock psicadélico e com um cheirinho nostálgico, mas que eram maioritariamente gravadas em orgulhoso (e não menos tosco) lo-fi e aparentemente pouco dadas a outras andanças. Ao mesmo tempo, e por se enquadrarem numa estética em manifesta sobrepopulação nos últimos anos, as más línguas viam neles um discurso musical emprestado e pouco original. A referência era manifestamente injusta e With Light and With Love faz prova do contrário, em ambos os casos. Não apenas as canções dos Woods respiram bem com uma produção mais abrangente (e profissional), revelando até um renovado impacto melódico, como destapam os talentos particulares da banda, tocando várias coordenadas estéticas e afastando qualquer cepticismo sobre a sua originalidade. Pode não ser genial, mas é genuíno. E é bom.
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Atrás deste disco e nestes nove anos de existência, os Woods ergueram uma identidade de verdadeiros animais de estrada, em proximidade com o seu público, erguida em numerosas actuações ao vivo que foram amplificando canções de belíssimo recorte, naquilo que as convenções chamam rock psicadélico e com um cheirinho nostálgico, mas que eram maioritariamente gravadas em orgulhoso (e não menos tosco) lo-fi e aparentemente pouco dadas a outras andanças. Ao mesmo tempo, e por se enquadrarem numa estética em manifesta sobrepopulação nos últimos anos, as más línguas viam neles um discurso musical emprestado e pouco original. A referência era manifestamente injusta e With Light and With Love faz prova do contrário, em ambos os casos. Não apenas as canções dos Woods respiram bem com uma produção mais abrangente (e profissional), revelando até um renovado impacto melódico, como destapam os talentos particulares da banda, tocando várias coordenadas estéticas e afastando qualquer cepticismo sobre a sua originalidade. Pode não ser genial, mas é genuíno. E é bom.
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