quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Albert Camus - A Peste

Na década de 40, em Orão, milhares de ratos disseminam a peste. Neste livro, Camus enfatiza as consequências da peste muito para além das enfermidades e mortes que ela provoca.

O escritor transmite ao leitor o conjunto de reacções e sentimentos que normalmente se evidenciam numa situação trágica como a retratada. Por conseguinte, a peste acarreta o exílio castrador, a solidão obsidiante e o medo despoletado pela consciência da proximidade da morte. Há aqueles que reagem com absoluta indiferença enquanto outros compreendem-na como um castigo divino.

Num cenário de desgraça a solidariedade emerge, inevitavelmente. Mas de que vale ela para lutar contra a morte? A peste é isso mesmo, uma metáfora da morte, simbolizando a luta contra a peste a peleja patética do ser humano por forma a evitar o inexpugnável fim.

Com Camus o Homem é frágil, ridículo e, por vezes, um espaventoso sofredor.

A Peste é um dos marcos mais significativos da bibliografia do autor. "Um grande escritor sempre traz consigo o seu mundo e a sua prédica". Se os quiser conhecer terá obrigatoriamente que ler o livro em análise. O convite está feito, não quererá ter a amabilidade de o aceitar?

"Nada é mais escandaloso do que a morte de uma criança e nada é mais absurdo do que morrer num acidente de automóvel’’. E foi assim que morreu o filósofo do absurdo...

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