sábado, 8 de abril de 2006

Graham Coxon - Love Travels at Illegal Speeds

Apreciação final: 6/10
Edição: Parlophone/EMI, Março 2006
Género: Pop-Rock Alternativo
Sítio Oficial: www.grahamcoxon.co.uk








Já se sabe que Graham Coxon se sente bem no resguardo da música convencional. Do seu percurso a solo este é já o sexto rebento e vem confirmar, na linha dos antecessores, que o ex-guitarrista dos Blur, é transparente. Se ele fosse um mero caixeiro-viajante, de passagem por uma qualquer localidade perdida nos mapas, usaria o gasto pregão: "Não estou aqui para enganar ninguém!". E não está, de facto. A sua música é isto. Pode-se-lhe imputar alguma simplicidade seguidora dos manuais do pós-punk - com combinações pouco polidas de acordes - e um perfil irresoluto no andamento das canções. Esse é, de resto, um dos embaraços deste Love Travels at Illegal Speeds cujo rol de composições se divide entre duas extremidades: uma face mais rock, com mais chama e nervo (um mix da festividade 80's com o embalo dos 60's) e, outra, recatada e lo-fi, com as meditações a ajustarem-se às medidas de balada. O outro óbice é estratégico. Se nos primeiros discos a solo ele se entreteve a sondar as camadas mais experimentais da pop, tentando demarcar-se da sombra dos Blur e buscando outra identidade musical, agora parece mudar a agulha e fazer uma fuga para a frente, com tantos mimetismos Blur que a dúvida nasce. Ele está com saudades? Peculiar mesmo é descobrir, depois de algumas audições, que as alavancas do disco estão na herança dos Blur. Falta a lima de Damon Albarn.

Love Travels at Illegal Speeds é um álbum generoso e, mesmo não contendo nada de especialmente inovador, merece uma escuta. Quanto mais não seja porque o seu mentor foi foco criativo de um dos mais estimulantes ensembles da britpop dos anos 90. Claro que Love Travels at Illegal Speeds não é um disco dos Blur. Coxon, sozinho, não chega a tanto. Mas é, ainda assim, um exercício pop de boa casta, revelador de um músico maduro e com vistas largas o suficiente para urdir um disco com um som moderno (e fresco), sem pejo de espreitar por cima do ombro e aproveitar umas pistas do passado. E Coxon tem orgulho (saudade) das fotos no álbum de fotografias.

1 comentário:

Unknown disse...

Mais uma vez, vou fechar os olhos à publicidade gratuita.

;-)